O vereador Fernando Armelau (PL) denunciou nesta segunda-feira (1º) o remanejamento de R$ 18,4 milhões do orçamento da Comlurb para o pagamento de dívidas judiciais e precatórios, em detrimento de serviços essenciais como a coleta seletiva e melhorias nas instalações da companhia.
Segundo levantamento do gabinete, entre 2021 e 2025 a Comlurb já desembolsou R$ 420 milhões em processos judiciais, enquanto o investimento acumulado na coleta seletiva foi de apenas R$ 25,3 milhões. Para Armelau, o corte agrava um problema crônico:
“A cidade continua perdendo capacidade de investir em serviços essenciais e a gente vê a Comlurb abarrotada em dívidas judiciais. A coleta seletiva, que já opera no limite, terá ainda menos condições de atender à população”, afirmou.
Greve de motoristas terceirizados
No mesmo dia da denúncia, cerca de 200 motoristas terceirizados da Comlurb entraram em greve na garagem da Estrada do Engenho D’Água, em Jacarepaguá. A paralisação atinge caminhões de coleta que atuam no Centro, Zona Sul e Zona Sudoeste do Rio.
Os trabalhadores reivindicam pagamento de adicional de insalubridade, horas extras e aumento da cesta básica de R$ 211 para R$ 260. A mobilização expõe a fragilidade da companhia, que enfrenta simultaneamente pressão orçamentária e insatisfação trabalhista.
Vereador flagra condições desumanas e insalubres de trabalho na Comlurb
Contexto
– Dívidas judiciais drenam recursos: R$ 165 milhões pagos em 2024 contra apenas R$ 8,3 milhões investidos na coleta seletiva.
– Estrutura precária: cortes atingem também prédios, alojamentos e banheiros da empresa, já denunciados em fiscalização do vereador.
– Greve amplia o impacto: paralisação compromete a coleta em áreas estratégicas da cidade.
O resultado é um colapso anunciado na limpeza urbana do Rio, onde dívidas e cortes orçamentários se somam à insatisfação dos trabalhadores, deixando a população sem garantia de serviços básicos.
