A pesquisa PoderData divulgada nesta semana mostra que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta sua maior taxa de desaprovação desde janeiro de 2025: 56% dos brasileiros rejeitam o presidente, contra apenas 35% que aprovam seu desempenho pessoal. O dado marca o retorno a um patamar crítico, após meses em que Lula tentou capitalizar politicamente com discursos nacionalistas, como quando surfou na onda da taxação de Donald Trump sobre produtos brasileiros.
Governo melhor avaliado que o presidente
Curiosamente, o governo federal aparece em situação menos negativa que o próprio mandatário. A administração é aprovada por 42% e desaprovada por 52%, uma diferença de sete pontos percentuais em relação à avaliação pessoal de Lula. Esse descompasso sugere que parte da população distingue a gestão das políticas públicas do estilo e da liderança do presidente.
Sinal amarelo para 2026
O resultado preocupa o Planalto. Especialistas apontam que a diferença entre a avaliação do governo e a do presidente pode indicar “fadiga de material”, fenômeno em que a imagem pessoal do líder se desgasta mais rapidamente que a percepção sobre sua gestão. Lula, que terá 81 anos em 2026 caso dispute a reeleição, enfrenta um cenário em que a oposição mostra força no Congresso e pode explorar essa vulnerabilidade.
Contexto político
Apesar de algumas vitórias recentes — como avanços em pautas econômicas e acordos legislativos —, a pesquisa revela que essas conquistas não se traduziram em melhora na popularidade. A estagnação dentro da margem de erro reforça a ideia de que o presidente não conseguiu converter resultados políticos em apoio popular.
Lula volta a enfrentar índices de desaprovação semelhantes aos do início do ano, com seu governo avaliado melhor do que ele próprio. O contraste entre gestão e liderança pessoal abre espaço para a oposição e lança dúvidas sobre a capacidade do presidente de manter competitividade em 2026.
Detalhes da pesquisa
– Instituto: PoderData
– Período: 13 a 15 de dezembro de 2025
– Entrevistas: 2.500 pessoas em 133 municípios
– Margem de erro: 2 pontos percentuais
– Nível de confiança: 95%
