Diante do silêncio de ambientalistas e de boa parte da mídia, o Brasil registrou no governo Lula um recorde no número de agrotóxicos aprovados em 2024. De acordo com o Ministério da Agricultura, 663 produtos receberam autorização para comercialização, superando os 652 de 2022 do governo Bolsonaro. Aumento foi de 19% em relação a 2023.
Os números da liberação de agrotóxicos poderão subir ainda mais. Isto porque a nova lei dos agrotóxicos, sancionada em 2023 pelo presidente Lula, além de encurtar os prazos de análises dos produtos, retirou da Anvisa e do Ibama o poder de veto sobre a liberação dessas substâncias, cabendo a essas instituições apenas a classificação de risco dos produtos. Além disso, o Ministério da Agricultura, que passou a ter o poder de decisão, já se manifestou publicamente contra qualquer medida que vise a redução do uso de agrotóxicos no Brasil.
A falta de consenso entre a Anvisa, o Ibama e o Ministério da Agricultura tem dificultado a regulamentação da nova lei de defensivos agrícolas. Enquanto isso, mesmo com a liberação de novos agrotóxicos, a ausência de diretrizes claras gera insegurança para as indústrias, que reclamam da burocracia e da imprevisibilidade no processo de registro.