O que deveria ser um momento de lazer se transformou em pânico absoluto para clientes e funcionários de uma lanchonete no conjunto Henrique Equelman, em Maceió, no último domingo (13). Três homens armados invadiram o estabelecimento, obrigaram as vítimas a se ajoelharem sob a mira de armas e agrediram violentamente pelo menos uma delas. Um quarto criminoso aguardava do lado de fora, dando suporte à fuga. O grupo fugiu levando celulares, dinheiro, um notebook e objetos da própria lanchonete.
As câmeras de segurança registraram a ação, que durou poucos minutos, mas deixou marcas profundas. Três mulheres conseguiram escapar ao se esconderem no banheiro, enquanto outros clientes foram rendidos e ameaçados. A empresária dona do local, conhecida na região, foi uma das vítimas, o que gerou comoção nas redes sociais.
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Crimes em série: uma rotina de medo
O assalto à lanchonete não é um caso isolado. No mesmo fim de semana, um confronto armado em um cemitério no município de Pilar terminou com mortos. Dias antes, um turista italiano foi assassinado em Ipioca com dois tiros. A escalada da violência em Alagoas reflete um cenário nacional alarmante, onde o medo se tornou parte do cotidiano.
Segurança pública em xeque
A crescente sensação de insegurança tem colocado a segurança pública como a principal preocupação dos brasileiros, segundo pesquisa da Quaest. Em resposta, o governo federal apresentou a PEC da Segurança Pública, que propõe constitucionalizar o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e ampliar o papel da União no combate ao crime organizado. No entanto, a proposta enfrenta resistência no Congresso e críticas de governadores, que acusam o governo de tentar centralizar o controle da segurança, ferindo a autonomia dos estados.
O relator da PEC, deputado Mendonça Filho, já retirou trechos que davam à União competência exclusiva para legislar sobre segurança pública, alegando que “é impossível combater o crime na ponta se não der poder aos estados”. Enquanto isso, a proposta segue em tramitação, sem previsão de aprovação.
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Investigação em andamento
A Polícia Civil de Alagoas já identificou o veículo usado pelos criminosos no assalto à lanchonete e está em fase final de coleta de provas para solicitar medidas cautelares. A população pode colaborar com informações pelo Disque Denúncia 181, de forma anônima.
O Brasil refém do medo
O caso de Maceió é mais um retrato cruel da falência do sistema de segurança pública. Enquanto a violência se alastra pelas ruas, o debate político se arrasta nos corredores do Congresso. A promessa de um sistema mais eficiente ainda é apenas isso: uma promessa. E o brasileiro, acuado, segue convivendo com o medo — seja em casa, no trabalho ou em uma simples ida à lanchonete.