No Brasil, milhões de cidadãos se desdobram em jornadas duplas e triplas, enfrentando transportes precários, salários baixos e a ausência de oportunidades — tudo para garantir o básico aos seus familiares. Enquanto isso, a criminalidade cresce alimentada pela certeza da impunidade, sem qualquer compromisso com esforço ou trabalho honesto.
Amparados por uma legislação ultrapassada e por políticas que, cada vez mais, colocam o direito do infrator acima do direito da vítima, esses criminosos atuam sem temor, deixando o trabalhador vulnerável e desprotegido.
Foi esse o cenário em que Goiânia (GO) amanheceu em luto. O corpo do professor de futebol e motorista de aplicativo Rômulo André Cabral, de 42 anos, foi encontrado em um lote baldio no Setor Monticelli, após ser brutalmente assassinado por três jovens criminosos que queriam seu carro para quitar dívidas de drogas.
Pai de dois filhos e morador do Setor Vila Nova, o professor acumulava jornadas como corretor de imóveis e motorista de app à noite para garantir o sustento da família. Um homem querido por alunos e familiares, apaixonado pelo Atlético Goianiense, cuja vida foi ceifada por um ato covarde.
Segundo a Polícia Militar, os autores do crime — jovens de 18, 19 e 21 anos — usaram um perfil falso para solicitar a corrida. Durante o trajeto, renderam Rômulo, o mataram por asfixia com o cinto de segurança do carro e abandonaram seu corpo. Depois, fugiram para Jussara, onde foram presos em um hotel, ao tentar usar os cartões da vítima.
Impunidade como combustível da violência
O caso escancara uma realidade alarmante: a legislação penal brasileira tem falhado em proteger os cidadãos. A política de desencarceramento promovida pelo governo federal, sob o pretexto de desafogar o sistema prisional, tem contribuído para a sensação de impunidade. Criminosos reincidentes, com passagens por tráfico e furto, circulam livremente, sem temor das consequências.
Um grito por justiça
A morte de Rômulo não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. É um chamado urgente para revisão da legislação penal, fortalecimento das políticas de segurança pública e responsabilização efetiva dos criminosos. Como disse seu cunhado, “tiraram a vida de um pai de família que só queria trabalhar”.