Crime sem castigo: solto 19 vezes, reincidente aterroriza Porciúncula com novo furto

Jefferson Lemos
Com base nas imagens, equipes da Polícia Civil da 139ª DP e agentes municipais localizaram o homem em sua casa, onde encontraram a televisão furtada (Divulgação/PMP)

Um homem foi detido pela vigésima vez em Porciúncula, no Noroeste Fluminense, após furtar uma televisão de 43 polegadas de uma residência na Rua César Vieira. O caso, ocorrido na noite de terça-feira (25), reacende o debate sobre a ineficácia das leis penais e a reincidência de criminosos que acumulam dezenas de passagens sem permanecer atrás das grades.

Segundo a Secretaria Municipal de Ordem Pública, o crime foi identificado na manhã seguinte graças ao sistema de videomonitoramento do Programa Escudo, que flagrou o suspeito carregando o aparelho pelas ruas. Com base nas imagens, equipes da Polícia Civil da 139ª DP e agentes municipais localizaram o homem em sua casa, onde encontraram a televisão furtada.

Histórico de crimes e vínculos com facção

O suspeito, natural de Campos dos Goytacazes, já havia sido detido em outras ocasiões. Em novembro, ele foi apontado como autor do furto de televisores na Escola Municipal Orlinda Veiga, também em Porciúncula. Ao ser preso pela primeira vez, declarou-se membro do Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do país.

De acordo com o coordenador de Integração Operacional, Andresson Prevato, o homem acumula agora 20 anotações criminais, incluindo furtos e porte de drogas. “Pegamos ele com televisão, outro dia com cocaína e agora com mais esta TV”, afirmou.

elevisores foram furtados à noite de escola municipal de Porciúncula (Reprodução)

O pano de fundo político

Casos como este se multiplicam em cidades do interior, onde a população se vê desprotegida diante da reincidência de criminosos que rapidamente retornam às ruas. Especialistas apontam que a atual política de desencarceramento do governo federal e a legislação ultrapassada contribuem para que indivíduos com histórico extenso de crimes sejam liberados, reforçando a sensação de impunidade.

Enquanto autoridades locais se esforçam para conter a criminalidade com programas de monitoramento e integração operacional, a falta de endurecimento das penas e a ausência de políticas eficazes de ressocialização transformam o sistema em um ciclo vicioso: prende-se hoje, solta-se amanhã, e o crime se repete. E a população, mais uma vez, paga o preço da impunidade.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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