Bandido não é vítima. Vítima é quem não tem segunda chance

Jefferson Lemos
“A gente entregou tudo, mas mesmo assim deram um tiro na cabeça dela. Isso não pode acontecer com outros pais. Eu imploro ao governo: acabem com isso, pelo amor de Deus.”, desabafou pai de jovem morta com tiro na cabeça durante assalto em SP (Reprodução)

Enquanto o presidente Lula afirma que “traficantes são vítimas dos usuários” — entre outras declarações que relativizam o crime — a população brasileira clama por pena de morte diante da escalada de violência que ceifa vidas inocentes e destrói famílias em todo o país. Um dos criminosos envolvidos já possuía diversas passagens por roubo, mas continuava em liberdade — um retrato da falência da política de segurança pública nacional.

A execução brutal de Beatriz Sorrilha Munhos, de apenas 20 anos, durante um assalto em Sapopemba, zona leste de São Paulo, escancara a impunidade que assola a nação. O crime ocorreu em meio à política de desencarceramento promovida pelo governo federal, à exaltação de criminosos por setores progressistas e à resistência da base aliada ao endurecimento de uma legislação já ultrapassada.

Beatriz foi assassinada com um tiro à queima-roupa na cabeça, diante do pai e do namorado, após tentar se defender com spray de pimenta. Um dos autores do crime, reincidente por roubos, seguia livre — mais uma evidência do colapso do sistema.

O latrocínio, registrado por câmeras de segurança, chocou o país. A jovem havia saído de Sorocaba com a família para entregar um drone negociado pela internet. A polícia investiga se a família foi vítima de uma emboscada.

Apesar de Lula ter tentado se retratar, alegando que sua fala foi “mal colocada”, o discurso se alinha à política de desencarceramento de seu governo, que trata criminosos como vítimas sociais e enfraquece o enfrentamento à violência.

O pai de Beatriz, Lucas Munhos, fez um apelo emocionado nas redes sociais:
“A gente entregou tudo, mas mesmo assim deram um tiro na cabeça dela. Isso não pode acontecer com outros pais. Eu imploro ao governo: acabem com isso, pelo amor de Deus.”

A população está exausta. A sensação de abandono é generalizada. Operações rigorosas, como as realizadas no Rio de Janeiro contra o crime organizado, têm recebido apoio popular — mesmo sob críticas de setores que relativizam a violência dos criminosos. Muitos brasileiros defendem penas mais duras, inclusive a pena de morte, como resposta à barbárie, como mostrou a pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira (3).

Beatriz foi enterrada hoje, em Sorocaba. Sua morte não pode ser apenas mais uma estatística. É um grito por mudança, por justiça, por segurança. E por um país onde o direito à vida não seja secundário diante da leniência com o crime.

Impunidade faz assalto virar profissão e alimenta latrocínio

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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