Vai de táxi? Conheça antes os golpes aplicados por maus motoristas

Jefferson Lemos

Pegar um táxi no Rio de Janeiro não é para amadores. Sem a devida fiscalização por parte da prefeitura, que tem se mostrado omissa, maus profissionais hoje têm lugar garantido na praça e passageiros correm sério risco de acabar vítimas de golpes que geram grandes prejuízos ao bolso.

Nas saídas de shows, aeroportos, estádios de futebol, sambódromo e de outros grandes eventos, o taxímetro parece já ter sido banido há tempos. O que vale é o tiro, em que ao pedir um táxi o passageiro ouve, logo após dizer seu destino, o valor da corrida. A prática é proibida, mas isso não impede que seja utilizada impunemente.

Com isso, um trajeto do Estádio Nilton Santos, o Engenhão, até Copacabana, que no taxímetro dá em média R$ 100, pode custar R$ 250 no tiro, chegando até absurdos R$ 500. A desculpa dos maus taxistas só confirma a falta de fiscalização e omissão do poder público: “a gente precisa molhar a mão do guarda para poder parar aqui perto”.

No aeroporto Santos Dumont e na Rodoviária, taxistas menosprezam a tabela da Secretaria municipal de Transportes (SMTR), justamente criada para tentar colocar um fim nas bandalhas em locais onde os turistas são alvos fáceis dos maus taxistas.

Como se não bastasse, ainda existe o golpe da máquina de cartão, um verdadeiro estelionato contra o passageiro. Nesses casos, o taxímetro aponta um valor para a corrida, mas o mau taxista digita outro maior na máquina, pegando muitos passageiros desprevenidos.

Para facilitar o golpe, muitas vezes é colocado um adesivo escuro e pouco transparente sobre o visor da máquina, o que dificulta para o passageiro enxergar o valor digitado. Em alguns casos, o taxista dá um jeito de cobrir o valor da viagem com seus dedos na hora em que o passageiro passa o cartão.

No ano passado, delegacias da Zona Sul do Rio registraram cerca de 400 denúncias de passageiros vítimas desse delito. Agentes da 9ª DP (Catete) chegaram a incluir o “taxista malicioso” em uma cartilha que dá dicas de como a população pode se prevenir de golpes. Além de procurar as delegacias, passageiros que se sentirem lesados também podem procurar a Secretaria de Defesa do Consumidor do Estado pelo telefone 99336-4848 (Fala Consumidor).

No carnaval deste ano, a Prefeitura do Rio montou um esquema especial para os taxistas atuarem na Marquês de Sapucaí. Para coibir cobranças indevidas durante os desfiles, foi distribuída para motoristas credenciados a atuar na região uma tabela com tarifas fixas. Mesmo assim, taxistas foram flagrados exigindo R$ 300 por uma corrida de R$ 50.

Com a chegada no País de aplicativos como Uber e 99, muitos imaginavam que os táxis iriam perder espaço e que seriam extintos. Mas a realidade é outra. Neste ano, o prefeito Eduardo Paes autorizou 1.470 novas licenças para motoristas que esperavam há mais de dez anos.

É que muitos passageiros ainda preferem os táxis, por considerá-los mais seguros…

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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