Depois de ser presenteado com reajuste de tarifa após as eleições – elas subiram de R$ 4,30 para R$ 4,70 neste início de mês, após dois anos congeladas – os cariocas correm o risco agora de ficar sem o desconto da integração. Isto porque o prefeito Eduardo Paes (PSD) impôs que o Jaé seja o único bilhete único aceito na capital a partir de fevereiro. O secretário estadual de Transportes, Whashington Reis, já avisou que não será possível e pediu o adiamento da implantação por falta de integração entre os sistemas.
“Terá que adiar esse prazo. Nessa data será impossível começar essa operação. Estamos licitando a bilhetagem do estado, que será 100% integrada”, disse Washington Reis ao jornal O Globo.
O impasse gerado pelo prefeito promete pesar no bolso do trabalhador da Região Metropolitana e pode causar até demissões. Quem mora fora da capital teme ter que pagar pelos valores inteiros das passagens. Sindilojas e CDL Rio argumentam que a falta de informações atrapalha o planejamento das empresas, devido aos impactos práticos no pagamento do vale-transporte. O aumento do valor gasto com transportes onera a folha de pagamento e também o desconto no contracheque do trabalhador, lembra o Sindicato dos Comerciários do Rio.
Como se não bastasse o imbróglio, Eduardo Paes ainda cobrou que os validadores do Jaé sejam implantados até o fim de janeiro no Metrô Rio, sob ameaça de encerrar a integração. A empresa não implantou e rebateu afirmando que as tarifas de integração com metrô-ônibus são custeadas pela concessionária.
Atualmente o Jaé tem sido alvo de críticas dos passageiros, que reclamam da dificuldade para a compra dos cartões pela internet e de ter que desembolsar R$ 7,95 por uma taxa de entrega domiciliar. Quem opta por buscar o Jaé em uma loja física, além de enfrentar filas, costuma voltar para casa de mãos abanando. Além disso, vários cartões têm apresentado erro nos validadores.
Pelo visto… o Jaé já era.