Revolta contra o turismo de massa!

Jefferson Lemos
Protesto marcado para o próximo dia 15 na Europa alerta para transtornos gerados pela superlotação, cobra a regulamentação de plataformas como Airbnb e expõe realidade semelhante vivida por cidades brasileiras (Reprodução)

No próximo dia 15 de junho, diversos pontos na Europa serão palco de manifestações contra a superlotação turística e os impactos negativos desse fenômeno.

Entre os locais confirmados para as manifestações estão cidades como Barcelona, Ilhas Canárias, Alacante, Bilbao, Granada, Maiorca, Ibiza, Veneza, Palermo, Nápoles, Sicília, Gênova e Lisboa.

O movimento, organizado por grupos sociais e ambientais, busca chamar atenção para problemas como a crise habitacional, a precarização do trabalho, a degradação ambiental e a perda de identidade cultural causados pelo turismo excessivo na Europa.

Ao mesmo tempo, promete chamar a atenção para a realidade vivida por cidades brasileiras, como o Rio de Janeiro, que sofrem com desordem e falta de infraestrutura para atender a demanda, principalmente durante grandes eventos.

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Airbnb e outras plataformas são criticadas

Entre as principais demandas dos manifestantes estão a regulamentação de plataformas de hospedagem, como o Airbnb, a limitação do número de turistas em locais históricos e a preservação de áreas naturais ameaçadas pelo excesso de visitantes.

Além disso, muitos defendem a necessidade de uma taxa turística que possa ser revertida em melhorias para a infraestrutura urbana e ambiental.

O que está acontecendo?

O turismo de massa, impulsionado pela busca incessante pelo lucro, tem transformado destinos ao redor do mundo, muitas vezes em detrimento da qualidade de vida dos moradores locais.

Cidades emblemáticas, como Veneza, Barcelona, Rio de Janeiro e as localizadas na Região dos Lagos, por exemplo, enfrentam diariamente os desafios de um fluxo excessivo de visitantes, que esgota recursos, pressiona os serviços públicos e modifica a identidade cultural dessas regiões.

Entre os transtornos estão os engarrafamentos, a falta de água, o sobrecarregamento da rede pública de saúde e a desordem.

A insatisfação com esse modelo de turismo tem crescido, dando origem a protestos organizados por comunidades afetadas.

Moradores de destinos icônicos reivindicam políticas mais equilibradas, que priorizem sustentabilidade, proteção ao patrimônio e respeito às comunidades locais.

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Bloqueio e jatos de água

Recentemente, ativistas bloquearam um ônibus turístico em frente à Sagrada Família, em Barcelona, colando cartazes com frases de protesto e disparando jatos de água no veículo.

Esse incidente foi um prenúncio das manifestações que prometem interromper temporariamente o acesso a pontos turísticos e áreas comerciais nas cidades participantes.

Cidades não são parques temáticos

Enquanto governos e setores privados debatem soluções, cresce o movimento em defesa de um turismo mais consciente, que não transforme cidades em meros parques temáticos para viajantes.

Afinal, o verdadeiro encanto de cada destino reside em sua autenticidade e na qualidade de vida daqueles que o chamam de lar.

Se você tem viagem marcada para algum desses destinos, vale acompanhar as atualizações locais e se preparar para possíveis interdições.

Esse movimento pode significar um ponto de virada para o futuro do turismo global. Será que veremos mudanças reais após essas manifestações?

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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