Tecnologia é uma das apostas para melhorar o abastecimento de água de mais de um milhão de pessoas na Região Metropolitana

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Novos equipamentos permitem o monitoramento remoto do fluxo de água, otimizando o fornecimento de acordo com a demanda de cada região e reduzindo perdas no trajeto

Válvulas inteligentes garantirão mais controle e menos desperdício em São Gonçalo e Maricá

Segunda cidade mais populosa do estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo abriga hoje mais de 890 mil moradores, segundo o IBGE. Vizinho à capital, o município é também um dos pólos urbanos que mais crescem na Região Metropolitana — uma realidade que exige serviços públicos à altura de seu tamanho. Em Maricá, o salto demográfico é ainda mais evidente: nos últimos anos, a cidade passou de balneário tranquilo a uma potência regional com mais de 200 mil habitantes e crescente movimentação econômica.

Com demandas diferentes, mas desafios em comum, as duas cidades estão agora no centro de uma transformação silenciosa — mas essencial. Um conjunto de 37 válvulas inteligentes controladoras de vazão está sendo instalado nos sistemas de abastecimento de São Gonçalo e Maricá. A tecnologia, implantada pela Águas do Rio, promete mais controle, menos desperdício e água chegando com mais regularidade às torneiras de mais de um milhão de pessoas.

Para quem vive o dia a dia das cidades, a mudança será percebida na prática. Isso porque os novos equipamentos permitem o monitoramento remoto do fluxo de água, otimizando o fornecimento de acordo com a demanda de cada região e reduzindo perdas no trajeto.

“É uma revolução na forma de operar. Conseguimos abastecer bairros com mais precisão, ajustando o volume de acordo com o consumo, sem comprometer o fornecimento em outras áreas. Tudo isso é controlado em tempo real pelo nosso Centro de Operações Integradas”, explica Diogo Freitas, diretor executivo da Águas do Rio.

Além de melhorar o fornecimento, a iniciativa garante outro benefício: a possibilidade de fazer reparos e manutenções sem precisar interromper o abastecimento de grandes áreas. Com a setorização, a rede ganha flexibilidade. A estimativa da concessionária é que os moradores de São Gonçalo e de Maricá percebam melhorias no serviço ainda este ano, quando os equipamentos passarão a operar.

Um conjunto de 37 válvulas inteligentes controladoras de vazão está sendo instalado nos sistemas de abastecimento de São Gonçalo e Maricá

O futuro passa por aqui

Até agora, 20 válvulas já foram instaladas em pontos estratégicos, como no Reservatório Marques Maneta, no bairro Porto da Madama, em São Gonçalo. Só ele tem capacidade para armazenar 18 milhões de litros de água e abastece bairros como Barro Vermelho, Neves, Camarão, Porto da Pedra e Parada Quarenta.

As ações também chegaram à Vila Lage, Jardim Catarina, Alcântara, Raul Veiga, Boaçu, Rocha, Itaoca e Mutuaguaçu. Em Maricá, os equipamentos foram implantados nos reservatórios de Inoã e Itaipuaçu, duas das regiões que mais crescem no município.

“Para cidades com perfis distintos, mas desafios semelhantes em infraestrutura, o uso de tecnologia no saneamento representa um passo importante na modernização dos serviços públicos. A adoção das válvulas inteligentes não apenas melhora a eficiência do sistema, como também reforça a necessidade de investimentos contínuos para acompanhar o crescimento urbano e garantir o acesso à água de forma segura e regular para a população”, reforça Freitas.

Tratar o esgoto é cuidar da população e da Baía de Guanabara

Além da preocupação com o abastecimento de água, a Águas do Rio também está trabalhando para melhorar o serviço de esgotamento sanitário em São Gonçalo. De acordo com a companhia, quase 50 mil gonçalenses serão beneficiados por uma obra que ainda vai contribuir para a recuperação da Baía de Guanabara. O Sistema de Coleta em Tempo Seco (CTS) deve impedir o despejo diário de cerca de 12 milhões de litros de água contaminada com esgoto nos rios e praias da região. Esse método consiste em coletar o esgoto que escoa irregularmente por galerias de águas pluviais e direcioná-lo para tratamento, especialmente em dias sem chuva.

A primeira etapa do projeto já está em andamento, com a construção do primeiro dos cinco pontos de captação do sistema no Rio Imboaçu, e vai direcionar em torno de 3,5 milhões de litros de água contaminada com esgoto por dia (o equivalente a duas piscinas olímpicas) para a Estação de Tratamento Esgoto (ETE) São Gonçalo. Além disso, o projeto prevê a implantação de seis quilômetros de tubulações e modernização dos sistemas de bombeamento nos bairros Venda da Cruz, Neves, Vila Lage, Paraíso, Porto da Madama, Porto Velho e Patronato.

A captação será feita nos rios Imboaçu, Brandoas e Bomba, além de uma galeria pluvial na Rua Cônego Goulart, na Covanca. Atualmente, esses corpos hídricos percorrem a cidade poluídos, oferecendo riscos à saúde da população. A segunda e última etapa da obra está prevista para ser concluída em 2026.

“O direcionamento do esgoto para tratamento significa melhoria da qualidade de vida das pessoas, diminuindo a incidência de doenças de veiculação hídrica e os custos com saúde pública, além de ajudar na recuperação da baía, com as praias do seu entorno cada vez mais limpas e balneáveis”, concluiu Freitas.

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