Um episódio ocorrido nesta terça-feira no Flamengo, Zona Sul do Rio, escancarou a crise urbana que se agrava a cada dia: um homem em situação de rua, com histórico de assaltos e conhecido por aplicar golpes para obter doações, invadiu a área interna de um condomínio residencial e se recusou a sair. “Daqui ninguém me tira”, teria dito ao porteiro, em tom de desafio.
O que deveria ser uma política de proteção à dignidade humana está, na prática, se tornando um escudo para a impunidade. A população, acuada e sem respaldo, assiste à degradação de seus bairros e à inversão de valores: quem paga impostos vive com medo, enquanto quem afronta a ordem se sente intocável.
Legislação ineficaz e sensação de impunidade
A recusa em aceitar ajuda e a reincidência de comportamentos agressivos são constantes. A nova Lei Municipal nº 8.913/2025 obriga síndicos a denunciarem casos de violência doméstica, mas não oferece respaldo legal para lidar com ocupações irregulares ou ameaças feitas por pessoas em situação de rua. Enquanto isso, cresce o clamor por medidas como internação compulsória para dependentes químicos e revisão das políticas de segurança pública.
Acompanhado e armado de arrogância
Segundo relatos de moradores, o homem não estava sozinho. Chegou acompanhado de outro indivíduo forte, também em situação de rua, apresentado como seu “segurança”. A dupla se instalou na entrada da área de carga e descarga do prédio, deitando-se no chão e apoiando os pés nas grades de forma provocativa. A presença intimidadora gerou apreensão entre os condôminos.
Assistência Social ignorada, PM acionada
A equipe da Assistência Social do município foi acionada, mas ambos se recusaram a deixar o local mesmo após abordagem. Diante da resistência, moradores solicitaram apoio da Polícia Militar, que compareceu ao condomínio e conseguiu retirar os dois homens do espaço.
Zona Sul sob tensão: moradores relatam medo e abandono
O caso não é isolado. Moradores de bairros como Flamengo, Glória, Catete e Copacabana relatam episódios semelhantes com frequência crescente. Muitos afirmam viver sitiados em seus próprios lares, reféns de uma legislação ultrapassada que protege mais os invasores do que os cidadãos. “Somos os verdadeiros prisioneiros em nossas casas”, desabafou uma moradora. Outro comentou: “Eles perderam o medo. Sabem que as leis os protegem”. O caso viralizou em uma postagem do site Zona Sul Urgente.
Confira os comentários:
@robertamaues_terapeuta
“Flamengo gostava de morar nesse bairro mas foi ficando insustentável… Uma simples ida ao mercado, ao hortifruti estava muito desagradável. Muito triste😢 sentir ameaçada e coagida o tempo inteiro!!!😔 Infelizmente mudar do Rio foi a melhor escolha… Uma cidade linda… mas está difícil!”
@gauchoarmani
“Morador de rua tem até segurança! Estamos lascados mesmo 🤣🤣🤣”
@boeingmartinssandra
“Nossa, a que ponto chegou a população de rua no Rio. Lamentável. Se não fizerem nada, logo eles entram nos aptos e os proprietários terão que sair.”
@monica_andorinha_andorinha
“Perderam o medo, sabem que as leis nesse país os protegem, incentivando mais delitos pois logo são soltos!”
@izabel.desa
“Aqui na Glória, mais precisamente entre a rua da Lapa e rua da Glória, a mesma coisa, só que é um grupo, se acham donos, construíram uma mini favela, a prefeitura tira, eles vêm e constroem tudo de novo. Nos olham com olhar intimidador, parecem ‘seguranças’… Muito estranho.”
@fmodesto9
“Aqui em Copacabana além de dormirem na portaria do prédio, deixam tudo sujo, inclusive fezes na calçada. Lamentável.”
@evelynlduval
“Enquanto não houver a internação compulsória pra essa gente, estamos todos ferrados em nosso direito de ir e vir, em nosso direito de preservar nossa propriedade particular!!! 😮😮😮😮😮😮😮😮😮😮😮😮😮😮😮😮😂”
@ninasyninosenxovais
“A que ponto chegamos? IPTU caríssimo pra isso aí. Cadê a Prefeitura????”
@personalangelosouza
“Eles são vítimas da sociedade e podem tudo. Eu que sou um FDP, pois acordo cedo para ganhar o pão de cada dia, pago vários impostos. Na realidade nós somos os vilões da história, sem coração, sem empatia. Cansativo isso 😔”
