O crime organizado que tomou conta de Fortaleza, no Ceará, tem provocado frequentes apagões nos serviços na cidade, afetando drasticamente a vida dos moradores. Nesta semana 10 bairros ficaram sem energia elétrica na segunda-feira (21) devido ao furto de 200 metros cabos.
De acordo com a Enel, foram afetadas clientes nos bairros Água Fria, Alvorada, Edson Queiroz, Sapiranga, Lagoa Redonda, Precabura, Cararu, Sabiaguaba, José de Alencar e Alphaville.
Nos quatro primeiros meses do ano, cerca de 76 quilômetros de cabos de energia já foram furtados em todo o estado. Em 2024, cerca de 320 km de cabos de energia foram furtados no Ceará, deixando sem luz mais de meio milhão de consumidores.
Bandidos derrubam internet para cobrar taxas
A ação criminosa vai além da energia elétrica: o crime organizado também afeta serviços essenciais como internet, abastecimento de água, distribuição de gás e também o comércio de combustíveis e de alimentos na região metropolitana de Fortaleza.
Desde o Carnaval, a expulsão dos provedores regulares já derrubou a internet em alguns bairros da periferia da capital cearense, como Pirambu, Sapiranga e Carlito Pamplona. Facções criminosas cobram um terço do lucro para empresas privadas operarem a rede já instalada em bairros de Fortaleza, Caucaia e Sobral. Consumidores são obrigados a pagar taxa de R$ 10 por aparelho.
População refém do medo
A sensação de insegurança entre a população cresce a cada novo episódio. Para muitos, sair às ruas à noite se tornou um risco elevado, especialmente em áreas onde há falhas frequentes de iluminação pública devido ao furto de cabos.
A violência relacionada ao controle de serviços essenciais já levou a casos de agressões e até homicídios. Em bairros como Bom Jardim e Barra do Ceará, relatos indicam que grupos criminosos determinam quem pode ter acesso a serviços de água e gás, cobrando taxas ilegais e restringindo o fornecimento para quem não se submete às suas regras.
Moradores pedem socorro
Diante dessa realidade, moradores cobram ações efetivas das autoridades para conter a atuação dessas quadrilhas.
Enquanto medidas concretas não são implementadas, Fortaleza segue enfrentando apagões, dificuldades e uma insegurança cada vez mais sufocante, evidenciando o impacto do crime organizado na vida cotidiana de seus habitantes.