Nesta segunda-feira (26), a Avenida Atlântica, em Copacabana, foi palco de um protesto de ambulantes, barraqueiros e donos de quiosques contra as novas regras impostas peo prefeito Eduardo Paes (PSD). As mudanças, que começam a vigorar no próximo fim de semana, incluem a proibição do trabalho de ambulantes não autorizados, além de restrições como o veto à música ao vivo e ao uso de garrafas de vidro nos estabelecimentos da orla.
Os manifestantes bloquearam duas pistas da avenida, na altura do Copacabana Palace, em um ato de resistência contra as medidas que, segundo eles, podem resultar em prejuízos financeiros e desemprego em larga escala. Muitos dos trabalhadores alegam dificuldades para obter licenças e denunciam a truculência de fiscais municipais, apoiados por guardas, na fiscalização das novas normas.
A Orla Rio, concessionária responsável pelos quiosques, e o SindRio, sindicato de bares e restaurantes, criticaram as restrições, afirmando que a proibição da música ao vivo pode gerar uma perda anual de dezenas de milhões de reais e mais de 1.200 empregos diretos e indiretos. Empresários do setor também se posicionaram contra as medidas, destacando o impacto negativo na economia local e na experiência dos frequentadores das praias cariocas.
Enquanto os trabalhadores da orla enfrentam uma batalha contra as novas regras, moradores e comerciantes apontam que a cidade segue entregue à desordem e ao abandono em outras áreas. A manifestação desta segunda-feira reflete o descontentamento de uma categoria que vê seu sustento ameaçado e busca alternativas para manter suas atividades sem sofrer represálias. Veja o vídeo:
Paes declara guerra aos barraqueiros e proíbe até música na orla
Medida pode aumentar criminalidade
Os moradores argumentam que as novas regras podem transformar a orla em um ambiente deserto e menos seguro, uma vez que os eventos musicais atraem público e contribuem para a movimentação da região. Com menos circulação de pessoas, há o temor de que o calçadão fique ainda mais vulnerável à ação de criminosos.
A Prefeitura do Rio ainda não se pronunciou sobre possíveis ajustes nas medidas, mas o protesto evidencia a insatisfação crescente entre os trabalhadores da orla, que prometem novas mobilizações caso suas reivindicações não sejam atendidas.