Impunidade oficial: Prefeitura admite dificuldade em coibir máfia de taxistas no Centro do Rio

Jefferson Lemos
Prefeitura alega que a prática de cobrança indevida é de difícil constatação, pois exige flagrante no momento da negociação entre motorista e passageiro (Divulgação/PMRJ)

A Prefeitura do Rio de Janeiro reconheceu oficialmente que não consegue fiscalizar com eficácia os golpes aplicados por taxistas em frente ao consulado dos Estados Unidos, na Avenida Presidente Wilson. Em nota, a Superintendência Executiva de Táxi e Transporte Individual (SETT) afirmou que a prática de cobrança indevida Impunidade oficial— conhecida como “corrida no tiro”, sem uso do taxímetro — é de difícil constatação, pois exige flagrante no momento da negociação entre motorista e passageiro.

Enquanto isso, a cena se repete diariamente: uma máfia de taxistas domina o ponto com práticas abusivas e ilegais, coagindo passageiros — especialmente estrangeiros — a aceitar corridas com preços fixos, muitas vezes três ou quatro vezes superiores ao valor real. Motoristas de aplicativo são intimidados e impedidos de parar na área, consolidando o monopólio criminoso.

Extorsão à luz do dia

A impunidade alimenta a confiança dos infratores, que agem com violência verbal contra quem tenta contestar. O esquema, antigo e bem estruturado, opera em frente a uma representação diplomática dos Estados Unidos — um símbolo da desordem institucionalizada no Rio.

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Fiscalização pontual e números tímidos

A prefeitura afirma que realiza ações contínuas em áreas estratégicas como o Aeroporto Santos Dumont, Marina da Glória, Copacabana e o Centro. Em 2025, foram registradas apenas 24 infrações por “corrida no tiro” e 4 por “tic-tac” (fraude no taxímetro). Os casos geram processos administrativos que podem resultar em cassação da permissão e multa.

População exige resposta

Mas a população diz que não vê a fiscalização nas ruas. Segundo relatos, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) não aparece, e a Guarda Municipal ignora a situação.

Diante da escalada de abusos, a população cobra punições exemplares e garantia de transporte seguro e legal. A prefeitura promete intensificar a fiscalização na Avenida Presidente Wilson, mas a pergunta que ecoa é: até quando esse esquema vai se perpetuar?

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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