Governo do Rio transforma Lagoa da Tijuca com maior projeto ambiental da América Latina

Jefferson Lemos
Ação faz parte da concessão do saneamento promovida pelo Governo do Estado, que já investiu R$ 250 milhões na recuperação da lagoa e promete transformar o cenário ambiental fluminense (Divulgação)

Em apenas 16 meses, a Lagoa da Tijuca começou a mudar de cor — literalmente. Com a retirada de 750 mil m³ de sedimentos, o equivalente a 300 piscinas olímpicas, o espelho d’água ganhou tons mais claros e oxigenação triplicada em alguns trechos. A ação faz parte da concessão do saneamento promovida pelo Governo do Estado, que já investiu R$ 250 milhões na recuperação da lagoa e promete transformar o cenário ambiental fluminense.

Projeto bilionário e de longo prazo

Desde 2021, o Estado do Rio de Janeiro lidera o maior projeto ambiental da América Latina, com previsão de R$ 32 bilhões em investimentos ao longo de 35 anos. A iniciativa, que conta com licença do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), visa garantir água tratada para 46 municípios, recuperar ecossistemas e impulsionar o turismo.

“O projeto já mostra resultados concretos. Estamos garantindo água tratada para milhões de fluminenses e preparando o Rio para um futuro mais sustentável”, afirmou o governador Cláudio Castro.

Dragagem, fauna e tecnologia contra o esgoto

Além da dragagem, a Iguá — empresa responsável pelas intervenções — instalou Coletores de Tempo Seco (CTSs), que interceptam esgoto lançado irregularmente em galerias pluviais. A limpeza das margens e do espelho d’água favoreceu o retorno de espécies como garças, biguás e colhereiros, sinalizando a recuperação da biodiversidade local.

Impacto social e ambiental em números

Em quatro anos de concessão, foram aplicados R$ 4,9 bilhões: R$ 3,68 bilhões em abastecimento de água e R$ 1,21 bilhão em esgotamento sanitário. Mais de 600 mil pessoas passaram a ter acesso à água pela primeira vez. A arrecadação em outorgas já soma R$ 24 bilhões, dos quais R$ 10 bilhões foram destinados aos municípios e ao Fundo Metropolitano.

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Praias limpas e certificações internacionais

A transformação não se limita às lagoas. As praias da Glória, Flamengo, Botafogo e Urca voltaram a ser próprias para banho. Em 2023, o Estado conquistou um feito inédito: duas lagoas de água salgada — Pedras de Sapiatiba e Praia de Ubás — receberam a certificação Bandeira Azul, selo internacional de qualidade ambiental.

A revitalização da Lagoa de Araruama, com a retirada de 330 mil m³ de areia do Canal do Itajuru, trouxe de volta o cavalo-marinho, ausente da região há 30 anos.
“O Governo do Estado trabalha diariamente para resgatar a qualidade das nossas águas. Estamos devolvendo áreas de lazer à população e construindo um Rio de Janeiro mais sustentável”, destacou o secretário Bernardo Rossi.

O futuro é azul

Com resultados visíveis e fauna em retorno, o projeto de saneamento do Estado do Rio de Janeiro se consolida como um marco na história ambiental brasileira — e a Lagoa da Tijuca é prova viva dessa transformação.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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