Em mais um descaso do governo federal com a saúde pública, pacientes oncológicos graves do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estão sofrendo com o atraso nas altas do CTI até com complicações dos quadros de saúde, devido à falta de insumos básicos e medicamentos.
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Pacientes e funcionários relaram a escassez de materiais essenciais na unidade do instituto, no centro do Rio. Faltam morfina, fentanil e baclofeno, usados para o controle da dor, além de antibióticos e até insulina. A falta de medicamentos como lactulose e loperamida aumentam o risco de complicações intestinais. A situação não é de hoje e já se arrasta por pelo menos três meses.
O ministério da Saúde reconhece que é responsável pelas compras de insumos e medicamentos. O INCA minimiza a situação, chamando de “falta pontual” de alguns insumos. Através de nota, afirma que o atendimento regular não foi afetado e que os estoques já foram regularizados, o que é desmentido por pacientes e funcionários.
O INCA alega que “eventuais desabastecimentos” são causados por fatores externos, relacionados à negociação com fornecedores, mas reconhece que há desafios na gestão orçamentária. O inca recebeu a verba de R$ 469 milhões para 2025, sendo R$ 184 milhões para a compra de insumos e medicamentos.
O ministro da saúde prometeu se reunir com o diretor da unidade para tratar do assunto. Enquanto isso, quem descobre estar doente tem dificuldade de conseguir atendimento especializado, como o oferecido pel Inca. Embora a legislação estabeleça 60 dias como prazo máximo para o início do tratamento, hoje, de acordo com o Sistema Estadual de Regulação (SER), há 780 pacientes esperando há mais de dois meses.