A primeira sessão legislativa de 2025 na Alerj já deu o tom do jogo político. Enquanto o governador Cláudio Castro (PL) reforçou o discurso sobre segurança pública e cobrou mudanças na legislação, o presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União), consolidou sua força após ser eleito com uma unanimidade histórica. Já Eduardo Paes, que tentou se inserir no debate sobre segurança nos últimos dias, ficou no papel de coadjuvante.
A sintonia entre executivo e legislativo estadual ficou evidente na sessão. O governador chamou o presidente da Alerj de “irmão” e elogiou a proposta de levar sessões para o interior do estado.
A sessão aconteceu um dia após a eleição histórica para mais um biênio na presidência da Casa. Reeleito por unânimes 70 votos, Bacellar deixou claro que pretende ir além da presidência da Alerj.
“Para enfrentar o crime organizado é necessário que o estado ocupe os espaços públicos”, disse Bacellar, que também ressaltou a importância do programa Segurança Presente.
Ele foi além e cobrou união entre os poderes: “A eleição unânime desta Casa mostra maturidade em perceber que o estado precisa que as decisões sejam tomadas em conjunto.”
Castro defende segurança e aproveita para dar recado a Paes
O governador subiu à tribuna com um discurso afiado, destacando que o problema da segurança pública no Rio passa pelo descontrole das fronteiras, que permitem a entrada de armas e drogas. Defendeu mudanças na legislação para endurecer penas e criticou as restrições às operações policiais impostas pela ADPF 635, que será julgada no STF.
“Alguns prefeitos parecem ter tomado conhecimento da ADPF só agora, mas nós já alertamos sobre os efeitos nocivos dessa decisão há muito tempo”, alfinetou Castro, sem citar nomes, mas mirando claramente o prefeito do Rio.
Paes, que nunca escondeu o desejo de disputar o governo do estado em 2026, tenta se colocar como peça-chave no debate sobre segurança pública, mas o governador deu o recado: essa discussão não começou ontem e ele já está um passo à frente.
Se 2026 já começou a ser desenhado, a primeira sessão do ano deixou um recado: Bacellar se fortalece, Castro comanda a narrativa da segurança pública, Paes corre atrás do prejuízo.
