A primeira sessão do ano na Câmara Municipal do Rio foi marcada por um cenário previsível: um plenário dividido entre os defensores e os críticos de Eduardo Paes (PSD). O prefeito, que foi pessoalmente à Casa para abrir os trabalhos, aproveitou o discurso para reforçar sua crescente aproximação com o tema da segurança pública.
Mas, se esperava uma recepção calorosa ao projeto, encontrou resistência.
Rogério Amorim (PL), um dos críticos mais ferrenhos da gestão, usou sua vez no microfone para cobrar transparência, atacar o governo municipal e relembrar promessas não cumpridas. “Andar pelas ruas do Rio de Janeiro é um ato de coragem”, disparou, criticando o que considera omissão da Prefeitura diante da escalada da violência.
Também citou o Sisreg, sistema de regulação de vagas na saúde municipal, que há quatro anos tem sido prometido ser zerado. “Enquanto isso, a fila só cresce”, alfinetou.
Enquanto os opositores atacavam, Márcio Ribeiro (PSD), líder do governo na Câmara, assumiu a linha de defesa de Paes. Rebateu as críticas, exaltou projetos da Prefeitura e disse que o governo municipal está “comprometido em manter os avanços”.
A decana Rosa Fernandes (PSD) adotou outro tom, preferindo elogiar o ex-prefeito César Maia (PSD), que estava presente na sessão. Em meio às trocas de farpas entre os colegas, Rosa fez questão de destacar a importância do papel dos vereadores na política carioca. “Somos 51 para uma cidade inteira. Quem representamos? Qual o nosso papel nesta Casa?”, questionou, em tom didático.
Mas, se tem algo que a sessão deixou claro, é que a segurança pública será o principal campo de batalha entre Paes e seus adversários na Câmara. E essa briga já começou.
