O déjà vu que não pode se repetir

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Leia o artigo de Fábio Queiróz produzido exclusivamente para a Revista Coisas da Política deste mês. Carioca, flamenguista, guitarrista e compositor, Fábio é presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), co-founder da Rio Innovation Week – maior conferência de tecnologia e inovação do mundo, embaixador de Turismo do Rio de Janeiro e recém-eleito primeiro vice-presidente da Associacion de Las Américas de Supermercados (ALAS), posto que não era assumido por um brasileiro há 17 anos. A todos, uma boa leitura!

A calamidade que atingiu o Rio Grande do Sul tem tons de déjà vu. Há quatro meses, o Rio de Janeiro recebeu a maior precipitação do mês de janeiro desde a criação do Alerta Rio, em 1997. As ruas ficaram cheias, a água invadiu e desmoronou casas e pelo menos 11 pessoas perderam a vida.
A tragédia se repete e repete. Temos urgência de agir e abordar questões ambientais. Entre as diversas práticas que podem ser adotadas para diminuir as consequências de um alagamento ou chuva forte, está a redução do uso descontrolado de sacolas plásticas. Desde 2019, a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ) apoia o uso de alternativas mais responsáveis em relação ao meio ambiente, como as reutilizáveis ecobags e caixas de papelão.
O descarte irresponsável das sacolas plásticas resulta em sacos acumulados nos bueiros, que escorrem, entupindo as tubulações e contaminando os rios, e, quando chegam ao mar, tiram a vida dos animais marinhos que confundem o plástico com alimento.
Além disso, a produção de sacolas plásticas consome recursos não renováveis e contribui para a emissão de gases de efeito estufa. A decomposição lenta do plástico agrava ainda mais o problema, criando resíduos que vão persistir por séculos.
A ASSERJ defende a necessidade de adotar práticas mais sustentáveis, e, em 2019, criou o movimento “Desplastifique Já!” Logo nos dois primeiros meses de campanha foi possível sentir a adesão da população e uma pesquisa no setor identificou que 70% dos consumidores pesquisados já não usam sacolas plásticas. É um percentual representativo, mas é preciso fazer mais. A substituição das sacolas plásticas por opções reutilizáveis é um passo significativo na direção certa, reduzindo a emissão de carbono e diminuindo a poluição plástica.
A tragédia no Rio Grande do Sul destaca a conexão intrínseca entre práticas cotidianas, como o uso de sacolas plásticas, e os desastres ambientais que enfrentamos. É imperativo que se faça a transição para alternativas sustentáveis, como as ecobags. É um passo crucial na direção de um futuro mais verde e resiliente. Ao adotarmos essas práticas, podemos contribuir para a preservação do meio ambiente e para a prevenção de tragédias semelhantes no futuro.
Já passou da hora de agir.

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