📰 A ausência da Prefeitura do Rio de Janeiro em audiência pública sobre negligência médica na infância, realizada na Câmara Municipal, no último dia 27, foi vista como mais um sintoma da crise que afeta gravemente o atendimento de crianças na rede pública de saúde. Convidada formalmente, a gestão do prefeito Eduardo Paes não enviou representantes, gerando forte crítica dos presentes e reforçando acusações de omissão e negligência.
Presente na audiência, o vereador Leniel Borel (PP) se comprometeu a pressionar a prefeitura para medidas imediatas de suporte às famílias e disse que vai agendar uma visita às unidades hospitalares nos próximos dias.
👶 Mortes que poderiam ter sido evitadas
Casos como o de Moreno Moura, de 2 anos e 8 meses, morto após atendimento negligente na UPA da Cidade de Deus, e de Miguel Lucca, de 1 ano e 8 meses, que faleceu no Hospital Municipal Albert Schweitzer após transferência mal conduzida, ilustram o drama enfrentado por muitas famílias cariocas. Ambos os episódios, segundo familiares, envolvem falhas na regulação, escassez de especialistas e diagnósticos equivocados.
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📊 Dados alarmantes
– De janeiro a maio deste ano, 62 crianças entre 0 e 5 anos morreram na cidade do Rio, segundo dados oficiais
– Um estudo da Fiocruz aponta que 3,9% das crianças morrem enquanto aguardam transferência para atendimento especializado
– O município possui, em média, 5,53 leitos de UTI neonatal por mil nascidos vivos, mas muitos ficam bloqueados por falta de equipe técnica
– Mais de 2.700 crianças esperam hoje por consulta com pneumologista infantil na rede pública
– Crianças negras têm 70% mais risco de desenvolver quadros respiratórios graves, especialmente na Zona Oeste
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⚖️ Instituições denunciam omissão estrutural
Defensoras públicas e especialistas presentes na audiência, realizada no último dia 27, afirmaram que o Poder Público é hoje “o principal agente causador da morte infantil”. A defensora Taísa Bittencourt, da Defensoria Pública da União, denunciou também o sucateamento da rede federal e a ausência de concursos públicos há 15 anos. Já Fabiana da Silva, ouvidora-geral da Defensoria, destacou o padrão recorrente de negligência: desde diagnósticos equivocados até a completa falta de estrutura pediátrica em unidades emergenciais.
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🏥 Propostas em debate e cobrança por ações imediatas
Diante do quadro delicado, a vereadora Thais Ferreira (PSOL) anunciou a apresentação de um projeto de lei para construção do Hospital Municipal da Infância Carioca, com foco em atendimento humanizado e integral.
📞 Acesso à justiça como medida emergencial
A defensora Eufrásia das Virgens sugeriu a instalação de telefones da Defensoria Pública dentro das unidades hospitalares, para que famílias possam acionar o plantão em casos urgentes, como os de Miguel e Moreno. “O conhecimento do papel da Defensoria pode salvar vidas”, reforçou.
📌 A ausência da prefeitura numa audiência que trata de vidas infantis não passou despercebida. Em vez de respostas, a gestão Paes oferece silêncio — e o preço disso, para muitas famílias, é irreversível.