Ataque a festa em Salvador revela que o crime organizado já opera como grupo terrorista

Jefferson Lemos
O resultado do ataque é devastador: 11 pessoas baleadas, entre elas uma grávida de 21 anos, que continua internada em estado grave. Duas das vítimas fatais, Alex Nepomuceno dos Santos e Alef Santos Alves, eram jovens de 19 anos que trabalhavam em um supermercado (Divulgação/Polícia Civil)

🔁 O ataque a tiros durante uma festa no bairro Alto do Cabrito, em Salvador, no último domingo (29), não foi apenas mais um caso de violência urbana. Assim como no ataque promovido pelo grupo Hamas em outubro de 2023, que vitimou mais de 1.000 pessoas em um festival de música em Israel, os criminosos brasileiros empregaram táticas tipicamente terroristas: agiram em grupo, utilizaram armas de grosso calibre e atiraram de forma indiscriminada contra civis indefesos, com o único objetivo de espalhar o medo e demonstrar domínio territorial.

A motivação? A mesma que move organizações extremistas em todo o mundo: impor controle e humilhar o inimigo. No caso da Bahia, o inimigo não era um exército — eram moradores comuns de uma comunidade dominada por facção rival.

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💥 Tiroteio em Salvador: civis como alvo

O resultado do ataque é devastador: 11 pessoas baleadas, entre elas uma grávida de 21 anos, que continua internada em estado grave. Duas das vítimas fatais, Alex Nepomuceno dos Santos e Alef Santos Alves, eram jovens de 19 anos que trabalhavam em um supermercado. Foram mortos sem razão, apenas por estarem no lugar errado — ou melhor, no território “errado”.

🎯 Facções em guerra: BDM versus Caveira

Segundo a Polícia Civil, o ataque é parte da guerra sangrenta entre as facções Bonde do Maluco (BDM) e Caveira. O tiroteio foi uma tentativa de intimidar e expulsar o grupo rival do território. Nesse processo, a vida de inocentes virou moeda de demonstração de força, um padrão comum em conflitos armados, mas agora enraizado no cotidiano de cidades brasileiras.

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📈 O narcoestado à brasileira

Esse episódio é mais uma amostra do avanço corrosivo do crime organizado no Brasil. Facções como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) já não se restringem ao tráfico: controlam serviços como gás, internet e abastecimento de água, e aplicam “leis” próprias em vastas regiões urbanas — configurando a formação real de estados paralelos.

🇺🇸 EUA classificam como ameaça — o Brasil, ainda não

Frente a essa escalada, os Estados Unidos enviaram representantes ao Brasil este ano para discutir a classificação do PCC e do Comando Vermelho como organizações terroristas. Há indícios claros de que essas facções já operam em doze estados norte-americanos, lavando dinheiro, comprando influência e expandindo sua rede de poder. A inteligência americana não hesita em tratá-los como ameaça global.

Diante disso, cabe a pergunta inevitável:

👉 o que mais falta para o Brasil também reconhecê-los como terroristas?
Se grupos armados impõem medo, dominam territórios, atacam civis e desafiam a autoridade do Estado, por que a resistência em nomear o fenômeno com precisão?

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🏛️ Política penal na contramão

Enquanto a criminalidade se organiza, o governo Lula insiste em uma política de desencarceramento, sustentando que bandidos são “vítimas da sociedade”. O plano “Pena Justa” busca reduzir o número de presos e prioriza alternativas à prisão — uma proposta celebrada por defensores dos direitos humanos, mas que gera ampla desaprovação entre especialistas em segurança pública.

Críticos também apontam que o presidente mantém posicionamentos ambíguos em relação a grupos como o Hamas, reconhecido internacionalmente como organização terrorista. Essa postura tem gerado fricções diplomáticas e ampliado a desconfiança de que o governo brasileiro evita lidar com o problema do terrorismo interno por vieses ideológicos.

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🕯️ Tragédia anunciada, silêncio oficial

Enquanto o debate político se arrasta, o país enterra jovens como Alex e Alef, mortos por uma guerra que sequer escolheram travar. A cada ataque, o crime se fortalece, a sociedade se cala — e a pergunta ecoa: se isso não é terrorismo, o que mais precisa acontecer para que enxerguemos a realidade?

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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