A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado inicia nesta quarta-feira (3) uma etapa decisiva de seus trabalhos com a oitiva do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Ele será o primeiro entre os 22 gestores estaduais e do Distrito Federal convidados a dar sugestões ao colegiado, marcando a transição das audiências técnicas para o debate político.
Expectativas da CPI
Segundo o presidente da comissão, senador Fabiano Contarato (PT-ES), ouvir os governadores é essencial para compreender decisões estratégicas, prioridades, limitações orçamentárias e desafios de coordenação federativa. “São eles que comandam as Polícias Civis e Militares e as demais estruturas responsáveis pela prevenção, investigação, policiamento ostensivo, gestão do sistema prisional e formulação de políticas de segurança pública”, afirmou.
Além de Castro, também foi convidado o secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Cesar Carvalho, que deve detalhar estratégias de inteligência e cooperação interestadual.
Operação Contenção e protagonismo nacional
A escolha de Castro como o primeiro a ser ouvido não é casual. O governador ganhou destaque nacional após a Operação Contenção, realizada em novembro, que resultou em mais de 100 mortes ligadas a facções criminosas e foi amplamente repercutida na imprensa e nas redes sociais. A ação, considerada uma das maiores ofensivas policiais contra o crime organizado no estado, consolidou a segurança pública como tema central no Congresso Nacional e impulsionou projetos como o PL Antifacção.
Com a repercussão positiva da operação e o endurecimento das políticas de combate ao crime, Castro passou a ser visto como figura-chave no debate legislativo sobre segurança pública, tornando-se protagonista da pauta no Senado e na Câmara.
Impacto político
A presença de Castro inaugura uma fase em que o Congresso busca respostas diretas dos gestores estaduais para a escalada da violência e o avanço das facções. O depoimento do governador é aguardado como um dos mais emblemáticos da CPI, não apenas pelo peso da crise fluminense, mas pela repercussão nacional de suas medidas.
Com isso, o Rio de Janeiro volta a ocupar o centro das atenções políticas, e Cláudio Castro se firma como o principal protagonista da agenda de segurança pública no país.
Em resumo: Castro será o primeiro governador ouvido pela CPI do Crime Organizado, e sua posição de destaque decorre da repercussão da Operação Contenção, que transformou o combate ao crime no Rio em pauta prioritária no Congresso
