Uma equipe do governo de Donald Trump está no Brasil para discutir a possível reclassificação das facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) como grupos terroristas.
Caso a reclassificação seja aprovada, criminosos ligados às facções presos nos EUA poderão ser enviados para o Centro de Confinamento de Terroristas (Cecot), em El Salvador, uma prisão de segurança máxima destinada a detentos considerados de alta periculosidade.
Enquanto a esquerda defende que a missão norte-americana no Brasil não representa um marco na cooperação internacional contra o crime organizado, mas uma ameaça à soberania, a direita rebate lembrando os territórios já ocupados pelo poder paralelo do crime organizado.
A iniciativa, que envolve reuniões com autoridades brasileiras, foi impulsionada por sugestões do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que defende que os Estados Unidos adotem uma postura mais rígida contra o crime organizado no país.
A delegação norte-americana, liderada por David Gamble, coordenador de sanções do governo Trump, está visitando Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro para coletar informações sobre a atuação das facções junto ao Itamaraty e ao Ministério da Justiça.
Também devem ser ouvidos secretários de Segurança Pública estaduais, parlamentares de direita e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A possível classificação do CV e do PCC como organizações terroristas abriria caminho para sanções internacionais e medidas mais severas contra seus integrantes.
Violência se tornou principal problema do país no governo Lula
A violência no Brasil tem sido um tema central no governo Lula. Pela primeira vez, pesquisas indicam que a insegurança é vista como o principal problema do país, superando questões econômicas e sociais.
Para boa parte da população, a atuação do CV e PCC no país é responsabilidade do governo federal, que ao invés de endurecer as ações contra o crime organizado tem adotado políticas como o desencarceramento e apoiado leis que desqualificam o tráfico de drogas como crime.
A atuação das facções criminosas apresenta semelhanças com práticas terroristas, incluindo o uso de armamento pesado, controle territorial e financiamento por meio de atividades ilícitas, além de execuções sumárias em julgamentos nos tribunais do crime organizado.
Além disso, a influência internacional do CV e do PCC, com presença nos Estados Unidos e em outros países estratégicos para o tráfico de drogas, reforça a preocupação das autoridades norte-americanas.
E você, o que acha?