Após pressão da oposição, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), recuou e anunciou em suas redes sociais, na noite desta quinta (6), que fará alterações no projeto que cria a Força Municipal de Segurança, transformando a Guarda Municipal nesta nova força, que fará o policiamento ostensivo na cidade.
Paes alegou que o STF ainda não tinha consagrado a competência de policiamento ostensivo das guardas municipais e que vereadores de sua base sugeriram mudanças no projeto enviado à Câmara Municipal, mas o fato é que o prefeito vinha sendo duramente criticado, principalmente pela bancada do PL, que o acusava de “oportunismo eleitoral” e considerava a proposta do alcaide “inconstitucional”.
O líder da oposição na Câmara, Rogério Amorim (PL), não poupou críticas: “A Guarda já existe, tem estrutura e precisa ser fortalecida. Mas o prefeito achou que podia atropelar tudo e inventar moda. Ele queria brincar de fazer segurança pública com essa força paralela inconstitucional. O projeto era um deboche, uma afronta à Guarda Municipal e ao carioca. Agora, teve que voltar atrás”, disse Amorim.
A falta de previsão orçamentária e o modelo de contratação temporária de seis anos para agentes egressos das Forças Armadas que atuariam na Força Municipal de Segurança também foram alvos de crítica de vereadores como Carlos Bolsonaro, Rogério Amorim e Fernando Armelau. O vereador Poubel chegou a anunciar uma moção de repúdio.
Para o vereador Fernando Armelau (PL), isso deixava claro que o objetivo era apenas criar uma vitrine política: “Paes não queria segurança, queria um palanque para 2026. Ele passou 12 anos ignorando o crime e agora, de repente, quer bancar o xerife? O carioca não é bobo.”
A polêmica da contratação de egressos das Forças Armadas também foi alvo de críticas. No projeto antigo a nova Força Municipal seria formada totalmente do zero, sem ligação direta com a Guarda Municipal, que chegou a realizar protestos contra o prefeito.
Carlos Bolsonaro (PL) questionou a lógica de colocar uma nova tropa nas ruas sem experiência no Rio. “O que o Rio precisa é de agentes treinados, experientes e com estrutura. O que Paes queria era uma farsa eleitoral.”
A Guarda Municipal chegou a organizar protestos contra o projeto, já que Paes não realizou investimentos na corporação nos últimos três mandatos. Para Poubel (PL), isso só mostra o descaso do prefeito: “O mesmo prefeito que usa a Guarda para bater em camelô e multar trabalhador agora quer vender a ideia de que se importa com segurança? Paes governa para as câmeras, não para a população.”
Para a oposição, o prefeito resolveu se preocupar com a segurança pública da cidade somente em seu quarto mandato porque pretende se lançar candidato a governador. Nas últimas eleições ele foi duramente criticado pela oposição por lavar as mãos para as questões de segurança pública e acusado de utilizar a Guarda apenas para bater em camelô e multar motoristas.
O vereador Rafael Satiê (PL) destacou que a bancada seguirá vigilante para impedir novas manobras: “Ele não fez nada pela Guarda até agora e só cedeu porque sabe que perderia. Agora, vamos garantir que a Guarda seja realmente valorizada, e não só usada como peça de marketing.”
Nas redes sociais, o deputado Rodrigo Amorim considerou que Paes “amarelou”. “Parabéns ao vereador Rogério Amorim e a toda bancada do PL por terem pressionado e feito o prefeito Eduardo Paes recuar de sua ideia de REBAIXAR nossa Guarda Municipal de forma tão covarde”, afirmou.