Em uma sessão marcada por forte simbolismo e ampla maioria, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro derrubou, nesta quinta-feira (13), o veto do prefeito Eduardo Paes (PSD) e aprovou o tombamento do Estádio Proletário Guilherme da Silveira Filho — o lendário Moça Bonita, sede do Bangu Atlético Clube. A decisão, tomada por 26 votos a 1, representa uma vitória para o vereador Zico (PSD), autor do projeto, e para os moradores da Zona Oeste que há décadas veem o estádio como um marco cultural e esportivo da região.
Localizado na Rua Sul América, 950, em Bangu, o Moça Bonita é mais do que um campo de futebol: é um símbolo da identidade proletária carioca. Inaugurado em 1947, o estádio substituiu o antigo campo da Rua Ferrer e desde então se tornou palco de grandes partidas, manifestações populares e memórias afetivas de gerações de torcedores.
O prefeito Eduardo Paes havia vetado integralmente o projeto, alegando que o tombamento de bens é prerrogativa exclusiva do Poder Executivo, e que a iniciativa da Câmara seria inconstitucional. No entanto, os vereadores rejeitaram esse argumento, reafirmando o papel do Legislativo na preservação da memória urbana e cultural da cidade.
Com a derrubada do veto, a lei será promulgada diretamente pelo presidente da Câmara, Carlo Caiado (PSD), e a prefeitura terá de inscrever o estádio no Livro de Tombos de Bens do Município. Além disso, o Executivo deverá adotar os procedimentos técnicos necessários para garantir a proteção legal do imóvel, impedindo reformas ou demolições que comprometam sua estrutura original.
O tombamento do Moça Bonita se soma a uma série de iniciativas da Câmara Municipal voltadas à preservação do patrimônio carioca — e não é de hoje. Em 2013, os vereadores também enfrentaram o Executivo ao aprovar, contra veto de Eduardo Paes, a proteção do Centro
