Apesar do presidente Lula pregar que governa para os pobres e para o trabalhador comer picanha, a inflação durante seu governo, no acumulado de 2024, foi maior para a população de baixa renda, chegando a 5%, impulsionada pelos preços da carne (que subiu 20,8%), entre outros alimentos, bebidas e transportes. Já para o segmento de renda alta a taxa de inflação foi menos elevada, de 4,4%.
Na comparação de 2024 com 2023, houve aceleração da inflação para as quatros primeiras faixas de renda e uma desaceleração para as faixas de renda média alta e alta. Os dados são do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta quinta (16) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O impacto da alta dos alimentos no domicílio foi proporcionalmente mais forte nas classes de rendas mais baixas, dado o maior percentual desse gasto no orçamento dessas famílias, enquanto a pressão exercida pelo grupo transportes foi mais intensa para o segmento de renda alta.
De modo geral, as maiores pressões inflacionárias nos últimos 12 meses foram nos grupos alimentos e bebidas, saúde e cuidados pessoais e transportes. No caso dos alimentos no domicílio, embora a alta tenha se dado de forma bem disseminada, os fortes aumentos no período em itens importantes da cesta de consumo das famílias como carnes (20,8%), aves e ovos (6,5%), óleo de soja (29,2%), leite (18,8%), arroz (8,2%), e café (36,9%) são destaques.
Em relação à saúde e cuidados pessoais, as maiores contribuições registradas em 12 meses vieram dos produtos farmacêuticos (6%) e de higiene (4,2%), dos serviços de saúde (7,6%) e dos planos de saúde (7,9%). Já as maiores pressões exercidas pelo grupo transportes vieram da alta das tarifas de metrô (10,8%) e do transporte por aplicativo (10%), além dos reajustes da gasolina (9,7%) e do etanol (17,6%).
- Com Agência Brasil/Imagem/Arquivo EBC