Se a quarta-feira (18) foi marcada por tensão na Alerj, com quase tapa entre os deputados Rosenverg Reis (MDB) e Professor Josemar (PSOL), o clima também ferveu na Câmara do Rio. E quem ficou mal na fita foi o líder do governo Eduardo Paes, vereador Márcio Ribeiro (PSD), que se viu encurralado ao tentar defender o prefeito em meio a uma sequência de críticas duríssimas do PL.
A confusão começou depois que o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), braço direito de Paes, rebateu críticas sobre a saúde fiscal do município. Foi o suficiente para Paulo Messina (PL) acionar a metralhadora contra o histórico do grupo político do prefeito.
“A dívida com a União foi gerada por esse grupo. Hoje ele renega esse passado, mas é a história, não dá pra mudar”, disparou. Messina ainda listou os números que colocam em xeque a gestão: “Superávit de quase R$ 5 bi em 2021, com dinheiro da Cedae. Depois, déficit atrás de déficit. Em 2025, já pararam obras porque acabou o dinheiro.”
Rafael Satiê (PL) engrossou o coro: “São escândalos em cima de escândalos, a fama do atual prefeito é de trair aliados e abandonar o barco. Foi assim com quem o colocou na política. E agora querem que a gente aplauda empréstimos de R$ 6 bilhões como se isso fosse virtude?”
O vereador ainda mirou em episódios como o escândalo da Odebrecht e a farra dos guardanapos: “O Maracanã custou dez vezes mais numa reforma. Quem estava no comando? O grupo político do prefeito. E ninguém viu?”
Diante da pressão, Márcio Ribeiro tentou reagir — e tropeçou. “É um absurdo ouvir que o prefeito é culpado pela falência do estado. Ele nunca foi governador”, disse, ignorando que as críticas eram sobre a política fiscal da prefeitura e seu histórico de alianças. Acabou dando de ombros para as acusações e apelando para o discurso da “culpa do outro lado”, o que só expôs ainda mais o desconforto do governo.
Com direito a farpas sobre o regime de recuperação fiscal, rombos bilionários e lembranças nada lisonjeiras da era Paes-Cabral, a sessão terminou deixando claro que a base do prefeito balança. E que o PL, cada vez mais afiado, não vai aliviar nem com o plenário esvaziado.