O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, nesta quarta-feira (18/10). Ele foi chamado para prestar depoimento a respeito de troca de mensagens com grupo de empresários que apoiava o golpe de Estado. No entanto, o ex-chefe do Executivo optou por entregar apenas um documento escrito com a defesa dos advogados.
A jornalistas, na porta da PF, Bolsonaro afirmou que a decisão é estratégia de defesa de sua equipe jurídica. O texto declara que o ex-presidente exercerá o direito ao silêncio e repete discurso de que o Supremo Tribunal Federal é “incompetente” para decidir sobre o foro privilegiado do ex-chefe do Executivo — alvo de uma série de inquéritos como o das milícias digitais e o do esquema de venda de joias sauditas.
A PF apreendeu o celular de um empresário, no qual encontrou troca de mensagens com teor golpista vindo do contato “PR Bolsonaro 8”. A investigação, no entanto, ainda averigua se o número seria realmente do ex-presidente.
A prerrogativa de prestar depoimento por escrito só é permitida para o presidente da República. Bolsonaro, como não ocupa mais o cargo, não teria direito à prerrogativa. O Correio tentou contato com a defesa do ex-chefe do Executivo, mas não obteve retorno até a publicação desta nota.