Um dos maiores especialistas em segurança pública do país e um dos autores do livro que inspirou os filmes ‘Tropa de Elite 1’ e ‘Tropa de Elite 2’, o ex-capitão do Bope Rodrigo Pimentel postou nesta semana um vídeo em que repercute a polêmica declaração do prefeito de Maricá, Whashington Quaquá. Em recente entrevista coletiva o alcaide disse que lugar de vagabundo que porta fuzil e rouba casa de gente pobre é “na vala”. A declaração chamou atenção porque não partiu de um bolsonarista, mas de um petista que é nada menos do que o vice-presidente nacional do partido. Quaquá referiu-se à recente migração de traficantes do Comando Vermelho (CV) para a sua cidade. Lá, os bandidos estão expulsando moradores do Minha Casa Minha Vida de Itaipuaçu, para cobrar aluguel dos imóveis.
Pimentel elogiou a atitude do prefeito e chamou a atenção para o fato da declaração não ter partido do governador de direita Tarcisio [de Freitas} de São Paulo. “Se partisse dele, ele estaria sendo acusado agora de estimular a violência policial pela imprensa, pelo Ministério Público e pelas Ongs. Por ser membro do PT essa declaração vai passar totalmente desapercebida, ninguém vai falar nada”, comparou.
O especialista em segurança pública explicou a relevância de Quaquá trazer para si a responsabilidade pela segurança pública em sua cidade. “É evidente que prefeito está conectado com a população, o prefeito não está no Olimpo em Brasília. Ele percebe o que está acontecendo. Ele sabe que as soluções são enérgicas e rápidas. Por isso foi pedir ajuda ao Bope. Ele não foi pedir ajuda ao Ministério da Justiça (MJ). O MJ ia oferecer armas não letais, certamente. O prefeito fez muito mais que isto, firmou acordo com governo do Estado, de troca de informações de inteligência, de imagens de centro de operações. Firmou acordo de complementar salários de policiais extras que trabalham na folga”.
Pimentel disse que não conhece o prefeito Quaquá pessoalmente e nem vota no PT, mas afirmou que reconhece que o que ele está fazendo é o que muito prefeito do Brasil deveria fazer. Ele lembrou que Maricá hoje está com a menor taxa de homicídios dos últimos 20 anos, apesar do crescimento populacional. “[Quaquá está] trazendo para si as responsabilidades pela segurança pública. Ele conhece o que o povo lá na ponta está sofrendo. O prefeito Quaquá não admite uma barricada em sua cidade. Acho que é um belo exemplo a ser seguido. Eu gostaria muito que as prefeituras do brasil pensassem dessa forma. Seria muito melhor para o cidadão lá na ponta, porque Brasília não consegue enxergar nada disso”.
Quaquá, por sua vez, segue de olho na bandidagem e já mandou a visão: “O governador Claudio Castro tem sido sempre um parceiro nosso, não só liberou o maior Proeis (Programa Estadual de Integração na Segurança) que o Estado tem em Maricá, como nós vamos ampliar o Proeis, nós vamos fechar as entradas e saídas da cidade com portais de segurança, câmeras inteligentes, inteligência artificial, vai ficar ruim para a bandidagem de Maricá, vai ficar muito ruim para eles, em Maricá não vão parar aqui, o pau vai comer”.
“Embora a responsabilidade da segurança não seja minha, seja do Estado, não vou permitir que aquele vagabundo do Minha Casa, Minha Vida de Itaipuaçu, aquele bandido faz, de roubar casa das pessoas, roubou mais de 100 casas, apartamentos das pessoas. Quem fizer isso o Estado de Direito vai agir. Vai agir e vai agir com dureza e vai pra vala, porque vagabundo que porta fuzil e rouba casa de gente pobre, o lugar dele é na vala”, Whashington Quaquá, prefeito de Maricá e vice-presidente nacional do PT