Confira os melhores trechos da entrevista do pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo Partido Liberal, Delegado Ramagem, concedida aos repórteres Caio Sartório e Júlia Noia, publicada nesta quarta-feira, 22 de maio, no jornal O Globo. Durante a sabatina, Ramagem mostrou estar preparado para a disputa, que promete ser não só acirrada, mas também polarizada na capital.
Além de não escorregar nas cascas de banana lançadas pelos entrevistadores, conseguiu desconstruir, sem dificuldade, o discurso da esquerda, que segundo ele, aposta na reeleição de Eduardo Paes.
Em resposta a vários questionamentos, disse que o prefeito atingiu seu teto de votos, enquanto ele ainda tem muito a crescer nas pesquisas eleitorais. Criticou a desordem urbana, a falta de segurança e a precariedade na Saúde, apresentando suas propostas para os setores.
Veja a seguir as respostas de Ramagem:
Perfil durão
“[Bolsonaro] Faz até comparação com o ex-ministro e governador de São Paulo Tarcísio de Freitas. Uma pessoa sem experiência política anterior, mas com a essência da direita e de fazer uma gestão de austeridade pública”.
Alianças políticas
“Nós temos conversado com diversos partidos. Ainda há uma decisão a ser feita, se vamos sair com uma chapa puro sangue ou se vamos coligar. Estamos conversando com União Brasil, Novo, MDB”.
Apoio evangélico
“Acredito que os evangélicos ainda não têm um total conhecimento da nossa candidatura, e que depois que nos tornarmos mais conhecidos a escolha do público naturalmente virá para quem defende efetivamente os seus valores. Eduardo está focado não só na reeleição como em sair para o governo do estado daqui a dois anos. Para isso, está fazendo todo tipo de concentração de apoio, unindo de Eduardo Cunha a Marcelo Crivella, além do próprio PT”.
Eduardo Paes
“Então hoje ficou muito claro que ele está vinculado à esquerda. É natural a dianteira nas pesquisas. Ele é um político que está pretendendo um quarto mandato. Tem uma vantagem esse conhecimento, mas também acredito que Paes tenha um teto. Estou muito sólido quando sou conhecido, com uma avenida muito grande para crescer”
Oposição
“Tenho votado quase 100% em oposição ao governo, e não por uma uma birra ou contrariedade ideológica, mas porque tudo que está sendo colocado é de forma equivocada. Nós teremos, com toda a certeza, várias políticas de infraestrutura e de organização que podem ter parcerias, inclusive de empréstimos e financiamentos que podem ser da União. Se for um projeto que trabalhe pelo melhor do carioca, não há problema em fazer uma parceria em prol do interesse público”
Madonna
“É uma verba que o ente público não precisava dispensar, o evento já se realizaria. Quando vi que o atual prefeito apareceu tanto quanto o show e mais do que o banco que estava patrocinando, então acabei entrando com uma representação no Ministério Público”.
Segurança
“Sim, é a principal demanda do cidadão. A ordem pública foi abandonada no Rio de Janeiro. Notamos o abandono, a sujeira, a violência, além da fuga do comércio e da indústria”.
Guarda Armada
“Com toda a certeza. Em todo o Brasil, só quatro capitais não já possuem a Guarda armada. Não é necessário que todo o efetivo seja, mas acredito que 80% têm que estar numa cidade conhecida mundialmente como violenta”
Saúde
“Hoje vemos uma atenção sem equipes estruturadas e má alocação de pessoal, que gera um gargalo para média e alta complexidade. Essa é a primeira questão que vamos abordar: como montar uma equipe com médicos, dentistas e enfermeiros já na atenção primária, para organizar o preventivo. Também vemos falta de medicamentos e dificuldade para agendar cirurgias”.
Confira em O Globo a entrevista completa.
* imagem Valter Campanato/Agencia Brasil