Promessa feita, promessa descumprida. No início do governo Lula, o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, cravou que a fila de espera do INSS seria zerada. Quase dois anos depois, Lupi saiu desgastado por escândalos de descontos indevidos em aposentadorias — e a fila praticamente dobrou de tamanho.
Hoje, são 2,7 milhões de brasileiros à espera de um benefício, um novo recorde que supera até os piores números da gestão Bolsonaro. Só para conseguir uma perícia médica, cerca de 840 mil pessoas aguardam atendimento. O prazo legal para análise, que deveria ser de até 45 dias, já passa dos 50 dias, em média.
Enquanto isso, o governo parou de divulgar os dados mensalmente e agora promete mutirões a partir de junho para tentar reduzir os danos. A digitalização do sistema não resolveu: o atendimento virtual funciona mal, e quem precisa de atendimento presencial muitas vezes não consegue sequer marcar.
A fila virtual virou fila real — com nomes, rostos e urgências ignoradas por um sistema que já deixou claro: o “compromisso” ficou só no discurso.