Suspeito de envolvimento em um esquema de disseminação de notícias falsas, o empresário Roberto Pinto dos Santos, preso pela PF na operação “Teatro Invisível”, deflagrada no último dia 12, viu seu número de clientes quadruplicar nestas eleições, em relação a 2022. Neste ano foram registrados R$ 2,8 milhões em repasses feitos por 94 candidatos a duas gráficas das quais é sócio: a M2 Flex Soluções Visuais e M2 Comunicação Visual. É o que aponta a primeira parcial de prestação de contas de campanha dos candidatos à Justiça Eleitoral.
Entre os políticos que informaram à Justiça Eleitoral ter contratado os serviços de uma das gráficas estão o prefeito Eduardo Paes (PSD), que declarou ter contratado R$ 100 mil em materiais impressos e adesivos da gráfica sediada na Penha, na Avenida Brasil. A ex-secretária de Mulheres do Rio, Joyce Trindade, candidata a vereadora pelo PSD também informou ter contratado serviços.
Também informaram gastos de campanha com uma das gráficas os candidatos a prefeito Rubão, de Itaguaí (R$ 52.165,71) e Aarão, de Mangaratiba (R$ 41,8 mil), além de Penha Bernardes (PL), candidata à prefeitura de Araruama e o deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), que disputa a prefeitura de São João de Meriti e informou ter contratado serviços no valor de R$ 203 mil .
Valdecy, inclusive, foi citado em uma reportagem do “Fantástico”, que mostrou o funcionamento do suposto esquema de notícias falsas, que incluía a contratação de atores para influenciar os eleitores nas ruas. O fato dos 94 candidatos terem utilizado os serviços das gráficas não significa que estejam envolvidos em esquema de fake news ou alguma outra irregularidade. A PF está apurando o caso.
Em 2022 vários políticos também declararam ter contratado serviços de uma das gráficas, inclusive aparece na lista a Direção do PT, com R$ 167,5 mil pagos à empresa.