O Congresso Nacional protagonizou, nesta quinta-feira, um dos embates mais significativos do ano ao derrubar os principais vetos do presidente Lula ao Propag — programa que regula a renegociação das dívidas estaduais. A decisão foi celebrada como uma vitória direta do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que mobilizou sua base política e atuou pessoalmente em Brasília para assegurar mudanças cruciais ao caixa fluminense.
Articulação intensa nos bastidores
Nos últimos dias, Castro mergulhou em negociações com líderes do Centrão, parlamentares da oposição e até integrantes da base governista. O ápice ocorreu em uma reunião estratégica na residência oficial do Senado, onde figuras como Randolfe Rodrigues, Flávio Bolsonaro, Zé Guimarães e Davi Alcolumbre selaram o acordo que pavimentou a derrubada dos vetos mais sensíveis para o Ministério da Fazenda.
Ao lado do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), Castro consolidou uma frente política capaz de unir diferentes correntes e garantir a vitória em plenário. “A derrubada destes vetos representa justiça federativa e devolve ao nosso estado a segurança que precisa para seguir crescendo e gerando oportunidades”, afirmou Altineu, exaltando o papel do governador e do secretário de Fazenda Juliano Pasqual.
O que o Rio conquistou
Com a reversão, o Rio de Janeiro assegurou pontos estratégicos:
– Regras de transição ampliadas
– Flexibilização de multas e juros
– Criação de fundos estaduais vinculados à renegociação
– Rediscussão de mecanismos contratuais com a União
Essas mudanças obrigam o Tesouro Nacional a recalcular projeções fiscais e renegociar contratos já firmados, abrindo espaço para o estado reorganizar sua dívida e aliviar pressões sobre o orçamento.
Reconhecimento e peso político
Após a sessão, Castro fez questão de agradecer aliados dentro e fora do governo federal. “A gente diverge e critica quando tem que criticar, mas somos republicanos na hora de reconhecer e agradecer”, disse, citando Lula, Gleisi Hoffmann e Randolfe Rodrigues como peças fundamentais para destravar o acordo.
A vitória reforça a imagem de Castro como um dos governadores com maior capacidade de articulação no Congresso. Para o Palácio Guanabara, o resultado é mais que simbólico: representa fôlego financeiro e margem de negociação em um momento decisivo para o futuro das contas públicas do Rio.
