Vereador de Niterói pede transferência da Parada LGBT de Icaraí para o Caminho Niemeyer e cobra transparência nos gastos

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Douglas Gomes: Foto-Divulgação

O vereador Douglas Gomes (PL) informou, durante a sessão da Câmara de Niterói da última quinta-feira (27), que apresentará um ofício, junto a outros parlamentares da oposição, solicitando que a Parada LGBT, prevista para domingo (30) na Praia de Icaraí, seja transferida para o Caminho Niemeyer.

Segundo o vereador — o mais votado nas últimas eleições municipais — o pedido tem como justificativa “garantir mais segurança” e evitar “exposição inadequada” de crianças e famílias ao evento. As declarações foram feitas em plenário, em tom crítico à realização da Parada no bairro.

Gomes citou ainda episódios registrados na edição do evento realizada em 2022, quando houve relatos de furtos, agressões e a morte do jovem Gabriel Barbosa de Souza, de 21 anos, esfaqueado após um desentendimento. O autor do crime foi condenado em 2024 a 19 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado.

Os vereadores Fernanda Louback, Alan Lira, Daniel Marques e Michel Saad também assinam o ofício que solicita a mudança de local. A Prefeitura de Niterói ainda não se manifestou oficialmente sobre o pedido.

Críticas ao formato do evento

Durante seu discurso, Douglas Gomes afirmou considerar o evento “inadequado para crianças”, defendendo um projeto de sua autoria que propõe proibir a participação de menores de idade nas Paradas LGBT realizadas na cidade. Em sua fala, o parlamentar comparou o ambiente do evento a “situações de vulnerabilidade”, alegando que moradores de Icaraí seriam afetados pela concentração do público na orla.

Cobrança por transparência nos gastos

Além da solicitação para mudança de local, o vereador anunciou que protocolará um segundo ofício pedindo mais transparência na prestação de contas da Parada LGBT.

Segundo levantamento feito pelo gabinete do parlamentar, com base em dados de empenhos publicados até 27 de novembro, o evento teria recebido R$ 2,7 milhões para sua realização, parte de recursos livres e parte proveniente de royalties do petróleo e gás natural.

De acordo com o documento, cerca de R$ 300 mil — aproximadamente 11% do total destinado — não teriam indicação das empresas contratadas, o que, segundo o vereador, dificulta a verificação detalhada das despesas. O gabinete aponta ainda que alguns custos associados à Parada teriam sido distribuídos em empenhos de outros eventos municipais, como o Viva Zumbi, o MarAzul e o Esperienza Itália, o que dificultaria o acompanhamento específico dos gastos.

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