Dando prosseguimento à série exclusiva com os candidatos a vice-prefeito do Rio, o site COISAS DA POLÍTICA publica nesta sexta (30) a entrevista com o deputado estadual Fred Pacheco (PMN), candidato a vice de Rodrigo Amorim (União).
- Confira amanhã a entrevista com a deputada estadual Ìndia Armelau, candidata a vice do Delegado Ramagem na chapa puro-sangue do Partido Liberal
‘Finanças do Município e a destinação das verbas são uma caixa preta’
Em entrevista exclusiva ao site COISAS DA POLÍTICA, Fred Pacheco insinuou a falta de transparência da atual gestão ao dizer que as finanças da cidade são uma caixa preta que precisa ser destrinchada. Confira este e outros assuntos a seguir:
COISAS DA POLÍTICA – Pesquisas mostram que o Rio figura entre as piores cidades do mundo em qualidade de transporte público. Os engarrafamentos são constantes e as pessoas perdem horas no trânsito. Dá para resolver a questão da mobilidade na cidade? A Avenida Brasil tem jeito?
FRED PACHECO – As decisões relacionadas às políticas viárias do município são um verdadeiro cobertor curto: enquanto acham que resolvem um problema, a consequência é o surgimento de outro. É o caso da Avenida Brasil que, ao mesmo tempo, é a principal via de deslocamento urbano dos moradores e também porta de entrada da cidade, tanto para turistas e trabalhadores da estrada, como os caminhoneiros. Ou seja, é uma demanda imensa que precisa ser mais bem estudada para que gere uma solução definitiva e sustentada.
COISAS DA POLÍTICA – O Rio sofre com áreas controladas pelo crime, com roubos e furtos, arrastões etc. O que a prefeitura pode fazer pela segurança pública na cidade?
FRED PACHECO – Essa pauta é basilar no projeto do nosso governo. É impensável pensar o Rio hoje como epicentro da violência pública no estado. E, diante disso, não dá pra deixar a Guarda Municipal inerte a esta situação. Vamos, sim, elaborar diretrizes e ações pra que a GM atue contra o crime organizado na cidade, tanto no âmbito da ação quanto no da inteligência. Ou seja, tanto no combate efetivo quanto na prevenção.
COISAS DA POLÍTICA – Você é a favor de armar a guarda municipal e transformá-la em polícia municipal?
FRED PACHECO – Sou a favor, sim. A minha resposta anterior já indicou isso. Sabemos que internamente a GM já está pronta pra essa mudança. E vamos fazer força para convencer o Legislativo de que essa transição é necessária pra proteger a nossa população e conter o tráfico de drogas, cujas consequências são sofríveis no campo social pro Rio de Janeiro.
COISAS DA POLÍTICA – A população de moradores de rua, muitos deles usuários de drogas, não para de crescer na cidade. De quem é a culpa? E o que fazer para resolver esta questão?
FRED PACHECO – A resposta à pergunta anterior já ajuda a atender essa situação. Tem, sim, uma questão sócio-econômica muito forte. Mas a questão das drogas é peça chave pra entender o contexto pelo qual o Rio passa nesse quesito. São mais de 7 mil pessoas em situação de rua, de acordo com o Censo produzido pela própria Prefeitura. Muitos vieram pra rua porque suas famílias foram deterioradas pelas drogas, e outros tantos veem na droga seu único alento. Ou seja, a droga sempre é uma infeliz protagonista nesta situação. As políticas de acolhimento precisam ser revistas. Eu pretendo que o modelo das Comunidades Terapêuticas seja adotado neste contexto de recebimento, recomeço e reinserção do morador de rua à condição de pleno cuidado carioca.
COISAS DA POLÍTICA – Algumas categorias de servidores têm se mostrado insatisfeitas, cobrando reajustes, implantação dos planos de cargos e salários e paridade com outras. Por outro lado, reclamam da máquina administrativa inchada por cargos comissionados. Como resolver o impasse?
FRED PACHECO – As finanças do Município e a destinação das verbas são uma caixa preta que precisamos destrinchar. Temos de criar uma solução para que o número de servidores concursados – inclusive os que ainda não foram requisitados – seja suficiente pra tocar a máquina do Município. E assim permitir que sobrem mais recursos para que, ao melhor estilo do meio corporativo, possamos criar planos justos de cargos e salários. E deixar os cargos comissionados apenas para casos de estratégia e de estrita confiança do gestor público.
COISAS DA POLÍTICA – Caso sua chapa seja eleita, qual será seu papel ao lado do prefeito? Pretende assumir alguma secretaria? Qual será sua atuação no governo? O que foi negociado?
FRED PACHECO – Já é uma decisão do deputado Rodrigo Amorim entregar a mim toda a execução da política social do Município. Todas as pastas relacionadas às questões sociais passarão pelo meu crivo e as decisões em penúltima instância serão minhas. Uso o termo “penúltima” porque eu sempre vou submeter a decisão final ao prefeito, por razões óbvias. Assim está determinada essa nossa parceria para conquistar a Prefeitura do Rio e melhorar a situação dos nossos cidadãos.