Cláudio Castro lidera ofensiva nacional para classificar PCC e CV como grupos terroristas

Jefferson Lemos
"O Rio tem sim capacidade de vencer batalhas, mas essa guerra só será vencida com todos juntos. Quem quer somar, venha. Quem não quer somar, some", disparou o governador, em tom enfático (Divulgação)

Em meio à escalada da violência no país, o governador Cláudio Castro (PL) assumiu protagonismo na articulação política para endurecer o combate às facções criminosas. Na tarde desta quinta-feira (30), Castro receberá uma comitiva de governadores de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para pressionar pela aprovação do projeto de lei que classifica o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações terroristas.

A iniciativa ocorre em meio a divergências com o governo federal. Enquanto Castro e aliados defendem o enquadramento das facções como terroristas, o governo Lula, que já deu declarações de apoio ao Hamas, é contrário à classificação.

Castro, que vem endurecendo o discurso após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha — que resultou na apreensão de quase 100 fuzis, segundo dados oficiais — defendeu que o Rio não pode enfrentar sozinho o que chamou de “guerra contra o narcoterrorismo”.

“O Rio tem sim capacidade de vencer batalhas, mas essa guerra só será vencida com todos juntos. Quem quer somar, venha. Quem não quer somar, some”, disparou o governador, em tom enfático.

Legislação mais dura contra práticas terroristas

O movimento, coordenado por Jorginho Mello (PL), governador de Santa Catarina, busca transformar o enfrentamento ao crime organizado em uma pauta nacional. A proposta legislativa pretende equiparar ações como dominação territorial e ataques a serviços essenciais às práticas terroristas, o que permitiria penas mais severas e maior mobilização de recursos federais.

A reunião entre os governadores, marcada para as 18h no Palácio Guanabara, também deve definir ações conjuntas entre os estados. A proposta inclui o envio de policiais de inteligência e tropas operacionais para reforçar o combate às facções no território fluminense.

“O combate ao crime organizado não pode ter fronteiras. É uma responsabilidade de todos”, afirmou Jorginho Mello à CNN Brasil.

A ofensiva política liderada por Cláudio Castro marca um novo capítulo na disputa pela narrativa da segurança pública no Brasil — e pode redefinir os limites da atuação estadual contra o crime organizado.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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