Clima tenso na Alerj, com ânimos exaltados e dedo na cara, marcou a sessão desta terça-feira (19) na Assembleia Legislativa (Alerj). O motivo foi a polêmica envolvendo o conteúdo sexual do livro “O avesso da Pele”, de Jeferson Tenório, distribuído na rede estadual de ensino.
De um lado, o deputado Flávio Serafini (PSOL) acusava o bolsonarista Alan Lopes (PL) de tentativa de censura. Presidente da Comissão de Educação, Lopes conseguiu apoio do colegiado para fazer um encaminhamento à Secretaria de Educação, solicitando a retirada do livro das salas de aula.
Do outro lado, além de Alan Lopes, os também bolsonaristas Filippe Poubel e Rodrigo Amorim, que se juntaram para apoiar o colega e acusar Serafini de apoiar a distribuição de “conteúdo pornográfico” para as crianças na escola. Integrante da Comissão de Educação, Serafini se absteve de votar no colegiado pela retirada dos livros das escolas.
O ponto alto se deu quando Alan Lopes leu na tribuna um trecho do polêmico livro, sob a alegação de que não haveria problema, visto que “é distribuído para crianças de 12 anos” na rede de ensino.
A leitura, como esperado, constrangeu os presentes, aparentemente até mesmo o deputado do PSOL, que ao contrário dos bolsonaristas, não contou com apoio dos companheiros de esquerda na tribuna. Um após outro, eles foram se retirando do plenário.
Provocado, Serafini usou a tribuna para justificar que se absteve da votação no colegiado porque não leu o livro e questionou se era mesmo destinado a crianças de 12 anos ou a estudantes com mais idade.
O bate-boca seguiu com troca de ofensas até que depois de muito disse me disse e xingamentos a deputada Martha Rocha, que presidiu a sessão, encerrasse os trabalhos, demonstrando sensação de alívio.