A sessão plenária desta quinta (10) na Alerj começou fervendo. Ao abrir os trabalhos, o presidente Rodrigo Bacellar (União) rebateu duramente as críticas feitas à Casa pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), em entrevista ao jornal O Globo. Bacellar deixou claro que a Alerj tem autonomia, bem diferente do que, segundo ele, ocorre no âmbito municipal.
“O Parlamento na minha presidência não é um puxadinho de prefeitura igual é a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro”, disparou o presidente da Alerj, em resposta a Paes.
Na entrevista, o prefeito acusou a Alerj de “ameaças” e “extorsões” contra o governador Cláudio Castro (PL) e insinuou, sem citar nomes, que quem de fato comanda o estado hoje é Rodrigo Bacellar União).
“Quando quiser falar de Rodrigo Bacellar cite o meu nome e me acuse daquilo que o senhor achar que lhe convém, mas respeite o parlamento do Estado do Rio de Janeiro, porque aqui ninguém faz extorsão, muito menos ameaça”, rebateu o presidente da Alerj, lembrando a fama de traidor que tem o prefeito.
Como pano de fundo do embate, as eleições para governador em 2026. Após a reeleição, Eduardo Paes parece já ter começado sua campanha para suceder Cláudio Castro. Depois de bater no governador durante o primeiro turno, Paes tenta agora se reaproximar de Castro em busca de apoio para 2026, e contra o que chamou de “interferência da liderança da Alerj” no governo estadual.
Fato é que Paes demonstra preocupação com a ascensão de Bacellar, que é visto por Paes como principal ameaça no seu caminho para o Palácio Guanabara. Embora o presidente da Alerj afirme que não tem pretensão de concorrer ao cargo, é considerado um dos nomes mais preparados para assumir o governo.