Obras começaram em março deste ano e vão beneficiar 270 mil moradores da Baixada Fluminense
A realidade do saneamento básico hoje no Brasil ainda é preocupante, apesar dos avanços apresentados nos últimos anos. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), cerca de 90 milhões de brasileiros ainda vivem sem coleta de esgoto – o que significa que não dispõem de infraestrutura adequada para levar o esgoto de suas residências e empreendimentos até as estações de tratamento.
Na Baixada Fluminense, Japeri e Queimados são exemplos de municípios que, hoje, apresentam essa realidade. No entanto, as duas cidades começaram a receber, pela primeira vez, obras de instalação de redes de esgoto e uma estação de tratamento que vão transformar a vida dos 270 mil moradores da região. Os trabalhos estão sendo feitos pela Águas do Rio, concessionária responsável pela coleta e tratamento de esgoto, além de distribuição de água, em 27 municípios fluminenses. Quando os serviços forem concluídos em 2026, sete anos antes do prazo determinado pelo Marco Legal do Saneamento, Japeri e Queimados passarão a contar com sistema de esgoto completo para todos os moradores.
A construção da infraestrutura requer investimentos que beiram os R$ 640 milhões e trará benefícios diretos para os que vivem nas duas cidades. Serão instalados cerca de 700 km de redes de esgoto e construídas mais de 60 estações elevatórias, unidades responsáveis por bombear o esgoto até a estação de tratamento. Além disso, a concessionária já iniciou a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Queimados, cuja primeira fase está prevista para terminar ainda este ano. A ETE, que custará R$ 100 milhões beneficiará também partes de Nova Iguaçu e terá capacidade de tratar 500 litros de esgoto por segundo.
“Ao garantir coleta e tratamento de esgoto para todos, a Águas do Rio não apenas cumpre seu papel de concessionária, mas transforma a vida de milhares de pessoas. O saneamento é um direito de todos e preserva o meio ambiente, reduz drasticamente a incidência de doenças e melhora a qualidade de vida das populações mais vulneráveis socialmente”, afirmou o diretor Institucional da Águas do Rio, Sinval Andrade.
Médicos alertam que o saneamento básico é vital para a saúde pública. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, doenças causadas por microrganismos presentes na água, como diarreia e febre tifoide, ainda atingem milhares de brasileiros todos os anos. Só em 2022, cerca de 217 mil internações ocorreram por doenças relacionadas à falta de saneamento adequado.
Melhoria na qualidade da água do manancial que abastece a 80% da Região Metropolitana do Rio
O Rio Guandu, uma das mais importantes fontes de água do estado, deixará de receber diariamente 51 milhões de litros de esgoto não tratado quando as obras forem concluídas em Japeri e Queimados. Com isso, esse trabalho ainda beneficia indiretamente as mais de 9 milhões de pessoas que vivem na Região Metropolitana e dependem do Guandu para o abastecimento de água.
“Estamos falando de melhorar significativamente a qualidade da água que abastece 80% da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O Rio Guandu vem sofrendo há décadas com a poluição e o descarte irregular de lixo e esgoto e esse trabalho representa um ganho inestimável para o meio ambiente e para a população”, concluiu Sinval.