Teresópolis: sem repasses da atual gestão municipal, ônibus podem parar

Jefferson Lemos

O prefeito eleito de Teresópolis, Leonardo Vasconcellos (União) vai assumir o governo em 2025 tendo que descascar um abacaxi deixado pelo seu antecessor. As empresas Dedo de Deus e 1º de março, operadoras do sistema de transporte urbano da cidade, já avisaram que devido ao descaso da atual gestão municipal o sistema pode colapsar nos próximos meses, deixando a população sem ônibus, se não houver reajuste da passagem para um valor acima dos R$ 6.

As empresas de ônibus alegam desequilíbrio tarifário, ocasionado pelo alto número de gratuidades concedidas sem o devido subsídio por parte do Poder Público. Segundo elas, atualmente, quase 47% dos embarques nos ônibus da cidade são de pessoas com algum
benefício de gratuidade no transporte, número muito superior à média nacional que é de
22,4%.

“São mais de 5 milhões e 300 mil embarques gratuitos por ano, sendo pouco mais de 2 milhões provenientes de benefícios concedidos pelo município, como é o caso dos idosos até 64 anos, os estudantes municipais, além dos doentes crônicos e seus acompanhantes. Todas sem nenhum repasse do município. Com isso, recai apenas sobre os passageiros pagantes o custeio total do sistema, incluindo as gratuidades, em uma enorme injustiça social, já que a renda familiar dos passageiros de ônibus da cidade é de apenas 1,5 salário-mínimo”, dizem as empresas, em comunicado divulgado no último dia 26.

Em agosto, as empresas protocolaram estudo técnico sobre o valor da passagem de ônibus na cidade, que aponta para uma tarifa de R$ 5,86. No entanto, como a atual gestão municipal seguiu sem realizar o repasse correspondente aos idosos de 60 a 64 anos, promovida pela Lei Complementar nº 315, de 2023, incide sobre esse cálculo mais R$ 0,61, chegando ao valor de R$ 6,47.

“No Brasil, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), 30% dos custos do transporte coletivo urbano são cobertos com repasses financeiros ou incentivos fiscais dos governos. Somente no Estado do Rio de Janeiro, temos os exemplos de Nova Friburgo, Maricá, Macaé, Barra Mansa, Resende, Volta Redonda e diversas outras cidades com a passagem subsidiada pelo governo municipal e, consequentemente, mais barata para a população. O caso mais recente é o de Miguel Pereira, onde a tarifa cairá para R$ 2,50 ao invés de subir para R$ 5, através do complemento pago pelo governo para cobrir essa diferença”, comparam as empresas de ônibus.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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