O clima esquentou na Cinelândia. Em uma sessão que prometia ser morna, o vereador Paulo Messina (PL) incendiou os ânimos ao subir à tribuna da Câmara Municipal do Rio e lançar uma acusação direta: o grupo político de Eduardo Paes seria o responsável pela falência do Estado do Rio de Janeiro.
“O estado foi quebrado pelo grupo político do Eduardo Paes. Cabral, Pezão… Eles parecem aqueles trombadinhas que batem sua carteira e gritam ‘pega ladrão’. Quebraram o estado e estão quebrando a prefeitura também”, afirmou Messina, em referência aos ex-governadores aliados de Paes.
A fala foi uma resposta à provocação do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), que havia defendido o prefeito nas redes sociais após críticas do governador em exercício Rodrigo Bacellar (União) sobre os sucessivos empréstimos contraídos pela prefeitura desde 2021. Paes, por sua vez, endossou a fala do aliado com um repost.
Messina, no entanto, foi além da retórica. Apresentou números que, segundo ele, comprovam a deterioração das contas públicas sob a gestão atual: superávit de quase R$ 5 bilhões em 2021, seguido por déficits de R$ 1 bilhão em 2022, R$ 1,3 bilhão em 2023, R$ 682 milhões em 2024 e paralisação de obras em 2025 por falta de recursos.
A resposta do líder do governo Paes na Câmara, Márcio Ribeiro (PSD), veio em tom indignado, classificando a fala como “absurda”. Além de não convencer, o impacto já estava feito. Messina conseguiu transformar um embate técnico em um momento político de alta voltagem, ganhando destaque como uma das vozes mais incisivas da oposição ao grupo de Paes.
A disputa entre Paes e Bacellar, que começou nas redes, agora ecoa nos corredores do Legislativo carioca. Com dados, memória política e faro para o embate público, ele mostrou que, na arena da Cinelândia, ainda há espaço para discursos que ecoam além do plenário. E que, na disputa pelo futuro do Rio, cada palavra conta. Muito..