Durante a cerimônia em comemoração ao Dia dos Professores, realizada nesta quarta-feira (15) no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao Congresso Nacional e à ascensão da direita no país. Em tom de indignação pelas recentes derrotas no Parlamento, Lula declarou: “Esse Congresso nunca teve a qualidade de baixo nível que tem agora”, diante de uma plateia de educadores e ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Evento marcado por protestos e tensão
A solenidade, que celebrou o lançamento da CNDB (Carteira Nacional Docente do Brasil) — documento que garantirá benefícios como meia-entrada em eventos culturais para professores — e o anúncio de investimentos do programa Mais Professores, foi marcada não apenas pelo descontentamento do presidente, mas também do público.
Vestido com uma camisa vermelha — cor historicamente associada ao Partido dos Trabalhadores e aos movimentos populares de esquerda — Lula deixou de lado a recente “onda nacionalista” verde-amarela e não poupou críticas: “Aquela extrema-direita que se elegeu na eleição passada é o que existe de pior”. Mas também teve que lidar com a insatisfação da plateia em relação a seus aliados.
Aliados enfrentam vaias e constrangimentos
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), foi duramente vaiado por professores da rede municipal, que protestaram contra a gestão da educação na capital. O secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, também foi alvo de protestos, evidenciando o clima de tensão entre o governo municipal e os profissionais da educação.
O evento, que tinha como objetivo homenagear os professores, acabou se transformando em um palco de embates políticos e manifestações públicas de insatisfação — um prenúncio do acirramento político que se desenha para 2026.
