Após sumiço em trilha, Rio pode ter alerta por celular para localizar idosos

Jefferson Lemos
O Projeto de Lei 6736/2025 prevê o envio de mensagens eletrônicas a celulares próximos ao local do desaparecimento, assim que a ocorrência for registrada pela polícia (Freepik)

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) analisa um projeto de lei que pode transformar a forma como o estado lida com desaparecimentos de idosos com Alzheimer e outras demências. A proposta, de autoria do deputado Rosenverg Reis (MDB), cria o Sistema Estadual de Alerta Prata, uma rede de comunicação emergencial que utiliza celulares para mobilizar a população em casos de desaparecimento.

O deputado citou o desaparecimento do professor aposentado da UFRJ, Antonio Petraglia, de 70 anos, diagnosticado com Alzheimer, como motivação para a proposta. Petraglia desapareceu em 12 de outubro, após sair para caminhar na Urca.

Até hoje, não foi localizado. “A dor da família me tocou profundamente. Precisamos agir”, declarou o parlamentar.

Se aprovado, o Alerta Prata poderá se tornar uma ferramenta poderosa para salvar vidas e oferecer respostas mais rápidas em momentos de angústia.

Professor Antonio Petraglia, de 70 anos, desaparecido desde outubro na Urca (Reprodução)

Alerta imediato via celular

Após sumiço em trilha, Rio pode ter alerta por celular para localizar idosos. Além disso, o alerta poderá ser amplamente divulgado em painéis eletrônicos, redes sociais institucionais, portais oficiais e veículos de comunicação — sempre com autorização da família ou responsável legal.

As mensagens devem conter foto recente, descrição física, roupas usadas, data, hora e local do desaparecimento, além de canais para envio de informações. “É uma forma de mobilizar a sociedade e abreviar o sofrimento das famílias”, afirma o deputado Rosenverg Reis.

Rede integrada de apoio

O sistema será operado em conjunto com órgãos de segurança pública, defesa civil e assistência social, podendo contar com o apoio de operadoras de telefonia e entidades privadas. A iniciativa busca acelerar buscas e ampliar a rede de solidariedade em torno de casos que, muitas vezes, se arrastam por dias ou semanas.

Demência em números crescentes

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 8,5% da população idosa brasileira convive com algum tipo de demência. A projeção é que até 2050, mais de 5,7 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com a condição. O Censo de 2022 aponta que o Brasil tem hoje 31,2 milhões de idosos — um salto de quase 40% em uma década.

Compartilhe Este Artigo
Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *