A escalada da violência no Brasil ganhou mais um capítulo alarmante. Detentos do sistema prisional do Piauí foram indiciados por arquitetar, de dentro das celas e com o uso de WhatsApp, o assassinato de agentes da lei. O plano, segundo a Polícia Civil, envolvia criminosos monitorados por tornozeleiras eletrônicas e até familiares dos líderes da facção. Um policial militar já teria sido morto, e há suspeitas de que o crime esteja ligado ao mesmo grupo.
O alvo principal era o delegado Charles Pessoa, coordenador do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que liderou operações contra facções na zona norte de Teresina. Os criminosos chegaram a mapear os endereços das vítimas e mobilizar armamentos para as execuções.
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Tecnologia dentro da cadeia a serviço do crime
O uso de aplicativos de mensagens por detentos escancara a fragilidade do sistema prisional. A tornozeleira eletrônica, criada para monitorar e restringir a movimentação de criminosos, tem sido driblada com facilidade. Em diversos casos, indivíduos sob monitoramento cometem novos crimes, certos de que a punição será branda ou inexistente.
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Legislação ultrapassada e política de desencarceramento
O episódio reacende o debate sobre a política de desencarceramento promovida pelo governo federal. O Plano Pena Justa, lançado pelo governo Lula, propõe a redução de prisões consideradas “desnecessárias” e incentiva penas alternativas, como o uso de tornozeleiras. Embora o plano tenha como objetivo combater a superlotação e garantir dignidade aos presos, críticos apontam que ele pode estar contribuindo para o aumento da reincidência e da audácia dos criminosos.
Casos de impunidade envolvendo tornozeleiras se acumulam. Em abril, um suspeito de assaltar um motorista de aplicativo em Teresina foi preso após romper o dispositivo eletrônico.
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A audácia dos criminosos e o desafio à autoridade
O planejamento de assassinatos de agentes da lei por detentos e criminosos monitorados é um sinal claro de que a criminalidade não teme mais o Estado. A sensação de impunidade alimenta a ousadia: bandidos desafiam a Justiça, certos de que logo estarão de volta às ruas.
A sociedade, acuada, assiste ao avanço do crime organizado enquanto a legislação penal permanece estagnada. A tornozeleira, que deveria ser símbolo de controle, tornou-se ferramenta de mobilidade para criminosos. E os agentes da lei, que deveriam ser protegidos, viram alvos.
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Um alerta para as autoridades
O caso do Piauí é um alerta urgente. A legislação branda e políticas de desencarceramento sem critérios rigorosos está criando um ambiente fértil para o crime. Enquanto isso, os que juraram proteger a sociedade se tornam vítimas de um sistema que parece mais preocupado em libertar do que em punir.