Após sucessivos ataques cibernéticos que desviaram mais de R$ 1,5 bilhão, o Banco Central anunciou uma medida emergencial: o Pix terá, a partir de novembro, um botão de devolução automática para vítimas de fraude. A funcionalidade será obrigatória em todos os bancos e fintechs até fevereiro de 2026.
Sistema vulnerável: ataques expõem brechas críticas
O anúncio ocorre após o último golpe, de R$ 670 milhões contra a Sinqia, que afetou HSBC e Artta. Em julho, outro ataque à C&M Software desviou R$ 800 milhões. Embora o sistema do BC não tenha sido diretamente invadido, os casos revelam falhas graves na supervisão de empresas intermediárias e na segurança digital do ecossistema Pix.
Devolução com um clique
A reformulação do Mecanismo Especial de Devolução (MED) permitirá contestar transações suspeitas diretamente pelo aplicativo, com rastreamento do caminho completo do dinheiro. A devolução poderá ocorrer em até 11 dias, inclusive de contas ligadas ao fraudador.
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Especialistas cobram ação
Analistas como Arthur Igreja, mestre em gestão empresarial, e Renato Cunha, especialista em segurança digital, alertam para a fragilidade do sistema e pedem maior rigor técnico e regulatório. Hoje, apenas sete empresas operam a infraestrutura do Pix, o que aumenta o risco de concentração e vulnerabilidade.
Pix em risco
Com R$ 130 bilhões movimentados por dia e mais de 270 milhões de transações diárias, o Pix é o principal meio de pagamento do país — e também um alvo cada vez mais lucrativo para quadrilhas digitais.