A mais recente pesquisa Genial/Quaest escancara a percepção da população fluminense sobre a crise de segurança no estado: 87% dos entrevistados afirmam que o Rio de Janeiro vive uma verdadeira situação de guerra, enquanto apenas 13% discordam. A resposta à megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha foi igualmente contundente: 73% defendem que a polícia realize mais ações como essa, contra apenas 22% que se opõem.
A operação, considerada a maior e mais eficaz da história do estado, com mais de 100 criminosos neutralizados, obteve 63% de aprovação, frente a 27% de desaprovação. Além disso, 58% dos entrevistados consideram a ação um sucesso, especialmente nas regiões mais afetadas pela violência, como a capital e a Baixada Fluminense — áreas onde a população vive sob o domínio do crime organizado e sente na pele os efeitos da insegurança.
Para a maioria, Lula realmente acredita que traficante é vítima
A polêmica declaração do presidente Lula, de que “traficante é vítima”, foi rejeitada por 84% dos entrevistados, que discordam da fala: 60% acreditam que Lula foi sincero, contra apenas 33% que acreditam que o presidente foi mal interpretado, contrariando a versão defendida pelo Palácio do Planalto.
A pesquisa revela ainda um forte desgaste da imagem presidencial no estado: 60% reprovam a atuação de Lula na segurança pública, enquanto apenas 18% aprovam. A desaprovação ao governo federal no Rio chega a 64%, com aprovação de apenas 34%, um padrão que se repete em todas as faixas etárias, níveis de escolaridade e renda.
Gestão de Cláudio Castro tem confiança da população
No que diz respeito ao apoio federal no combate ao crime, 53% afirmam que o governo Lula não tem ajudado, contra apenas 14% que acreditam que sim. Em contraste, o governador Cláudio Castro aparece com 53% de aprovação, reforçando a confiança da população em sua condução da segurança pública.
Outro dado relevante: 62% dos entrevistados acreditam que o governo estadual não tem capacidade de enfrentar o crime organizado sozinho e precisa de apoio federal. Essa percepção é unânime entre todas as faixas etárias, níveis de escolaridade e classes sociais.
População rejeita tese de que operação teve fins eleitoreiros
A pesquisa também desmonta a narrativa de que a operação teria sido motivada por interesses políticos: 54% acreditam que o objetivo foi combater o crime, enquanto apenas 40% acham que foi para ganhar popularidade.
O apoio às operações policiais é esmagador em todas as mesorregiões do estado. Na capital e na Baixada Fluminense — onde a violência é mais intensa — os índices de aprovação são os mais altos. Até entre os eleitores de Lula, 51% apoiam novas operações, contra 46%. Já entre os bolsonaristas, o apoio é quase unânime: 94% são favoráveis a novas ações semelhantes.
Tolerância com criminosos está no limite
A pesquisa revela ainda um dilema entre os entrevistados: 45% acreditam que o policial deve atirar ao ver um bandido armado, enquanto 50% defendem que se deve tentar prender sem atirar. O dado mostra que a paciência da população diante da violência está se esgotando — tanto nas comunidades quanto fora delas.
A aprovação à operação e à política de segurança estadual é transversal: atinge todas as faixas etárias, níveis de escolaridade e classes sociais. A maioria esmagadora considera que quem desaprova essas ações é quem não vive sob o domínio do crime organizado.
Ao todo, a Quaest ouviu 1,5 mil moradores do estado do Rio de Janeiro de forma presencial e domiciliar entre os dias 30 e 31 de outubro. A pesquisa tem nível de confiabilidade de 95% e margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
