O smartphone se tornou a agência bancária preferida dos brasileiros. Não à toa, o roubo e o furto de celulares virou epidemia. Por isso, especialistas alertam: tenha um aparelho exclusivo para sua vida financeira. Este celular, com aplicativos de bancos e fintechs, não deve ser levado às ruas. Use outro smartphone no seu dia a dia.
Ao mesmo tempo que muitas pessoas deixam aplicativos de bancos e outras instituições financeiras no celular para fazer transações de forma fácil e rápida em qualquer lugar, o acesso também é facilitado para o criminoso, alerta Marcos Simplício, professor do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores da USP, em recente entrevista sobre o tema ao jornal da universidade.
Ele explica que em posse dos aparelhos desbloqueados, os ladrões utilizam as informações das vítimas para criar contas em bancos, falsificar documentos e realizar vários outros crimes financeiros. Afinal, estas ações rendem muito mais dinheiro do que a revenda das peças e dos próprios celulares.
Segundo a Febraban, sete em cada dez transações bancárias no país já são feitas pelo aparelho. Em 2023, foram 130,6 bilhões operações realizadas por smartphones. O número de crimes envolvendo os aparelhos também é grande.
No Rio, de janeiro a abril deste ano o aumento do roubo e furtos de celulares chega a quase 40% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados do ISP, foram 6.576 registros no primeiro quadrimestre de 2024, o equivalente a uma ocorrência a cada 26 minutos, em média. Em maio deste ano foram registrados quase 5.300 (5.293) roubos e furtos no estado do Rio. Número 40% maior que em maio de 2023.
Deixando ou não o aparelho em casa ou no escritório, confira algumas dicas de como protegê-lo:
- A forma mais básica de proteger o celular é colocando senha de bloqueio inicial e em aplicativos sensíveis, como os de bancos. As senhas, no entanto, não devem estar anotadas no próprio dispositivo, como no bloco de notas ou no WhatsApp, pois muitos furtos acontecem com o aparelho desbloqueado e o criminoso acaba tendo aceso.
- Se você tem dificuldades para decorar senhas, a alternativa pode ser utilizar aplicativos protegidos para o armazenamento desses códigos, mas ainda assim é necessário decorar a sua chave de entrada.
- É fundamental adicionar biometria, reconhecimento facial ou desbloqueio com um desenho, dependendo do sistema operacional do aparelho.
- Também é importante ativar a localização do aparelho, possibilitando que as informações contidas nele sejam apagadas remotamente em caso de você ter o aparelho levado.
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