Em Pernambuco, o Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, deveria ser local de cumprimento de pena para os bandidos, mas o espaço foi transformado em hotel 5 estrelas, um verdadeiro ‘resort’ da vagabundagem, mostrando o poder e a influência do crime organizado no país.
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Lá, criminosos que mataram, estupraram e roubaram desfrutavam de festas com churrasco, bebidas alcoólicas, música ao vivo e garotas de programa, em mais um exemplo de impunidade que assola o país.
Como se não bastasse, no presídio também havia uma “fábrica” de drogas. Centenas de maços de cigarros e fardos de dinheiro foram encontrados nas celas.
Além de comprar regalias, detentos com alto poder aquisitivo conseguiam influenciar na transferência de outros presos, usando o sistema penitenciário como se fosse uma extensão do crime organizado.
Poder e influência
A farra da vagabundagem resultou na prisão, na terça-feira (8/4), do secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco, André de Araújo Albuquerque, que acabou exonerado.
Antes dele, já havia sido preso Charles Belarmino de Queiroz Silva, ex-diretor do presídio, apontado pelo MPF como o principal articulador do esquema.
Em fevereiro, a primeira fase da operação já havia apreendido malas com dinheiro em espécie, armas e pen drives que guardariam provas do esquema.