O Hospital dos Servidores, na Zona Portuária do Rio, suspendeu todos os atendimentos não emergenciais devido à falta d’ água. Segundo a direção da unidade, a interrupção do serviço não foi previamente comunicada em tempo hábil, o que levou o hospital a requisitar caminhões-pipa à concessionária Águas do Rio para garantir, pelo menos, o funcionamento emergencial, mas a concessionária se mostrou despreparada para atender à demanda diante da gravidade da situação.
O despreparo não chega a ser novidade. A Águas do Rio já acumula mais de 4 mil reclamações no site Reclame Aqui, referência na defesa do consumidor, onde sua reputação nos últimos seis meses é classificada como “ruim”. A avaliação já foi até pior, tendo sido considerada anteriormente como empresa “não recomendada” pela plataforma.
Recentemente, a Águas do Rio foi alvo de deputados da Alerj. A CPI dos Serviços Delegados convocou representantes da concessionária para dar explicações sobre a precariedade dos serviços. Inúmeras denúncias recebidas nos gabinetes parlamentares apontam falhas no fornecimento, assim como aumentos exorbitantes na conta de água.
Para tentar minimizar a situação causada pela falta d’água no Hospital dos Servidores, a Águas do Rio chegou a enviar um caminhão-pipa ao local, mas não foi insuficiente para abastecer os quatro reservatórios com capacidade de 1,6 milhão de litros de água da unidade, que tem cerca de 400 leitos de internação ocupados.
Para pacientes que seriam atendidos, alguns para a realização de exames complexos, o quadro é de desolação, para não falar de caos. Muitos deles oriundos de locais distantes, como o Norte do Estado, o Sul Fluminense e a Região dos Lagos. Eles foram obrigados a voltar para casa sem uma nova data para as consultas e exames. Em comunicado, a direção do hospital diz que o atendimento ficará suspenso por pelo menos três dias, sendo retomado após a normalização da situação.
A Águas do Rio alega que o desabastecimento foi provocado por uma obra em uma adutora em Manguinhos, que se rompeu no domingo (7). Mais de 13 bairros enfrentam problemas no abastecimento, com maiores impactos também no Flamengo, Catete, Glória e Laranjeiras, na Zona Sul; regiões central e portuária; além dos arredores de Bonsucesso, Ilha do Governador e Olaria, na Zona Norte.
A concessionária informou que a normalização do abastecimento será gradual e está prevista para ocorrer somente nesta quinta (11), após a conclusão dos trabalhos de reparo na adutora afetada.
- imagem Instituto Carlos Chagas/Divulgação